Brasil deve produzir 1,4 bilhão de litros de etanol de milho em 2019. Em 10 anos, volume deve alcançar 8 bilhões de litros
18-03-2019

A expectativa é que mais três plantas entrem em operação este ano

Leonardo Ruiz

A cadeia de produção de etanol do milho aportou recentemente no Brasil e vem encontrando solo fértil para seu desenvolvimento. O motivo é a abundante oferta do cereal em terras tupiniquins, especialmente no Centro-Oeste do país. Quem afirma é Ricardo Tomczyk, presidente-executivo da União Nacional de Etanol de Milho (UNEM).

Segundo ele, o Brasil já conta com 10 usinas (oito flex e duas full) trabalhando com o milho como matéria-prima para a produção de etanol, DDG(grãos secos por destilação, na sigla em inglês), óleo de milho e cogeração de energia. Destas, cinco estão localizadas no Mato Grosso, três em Goiás, uma em São Paulo e uma no Paraná.  A expectativa é que mais três plantas entrem em operação este ano, elevando a produção de etanol de milho na safra 2019 para cerca de 1,4 bilhão de litros.

Tomczykafirma estar esperançoso com a solidificação dessa cadeia e espera um rápido desenvolvimento para os próximos anos. “Em uma década, é possível que estejamos produzindo cerca de 8 bilhões de litros de etanol a partir do milho, ajudando na produção dessa matriz energética limpa e renovável e abastecendo o consumidor nacional durante todo o ano, já que não existe entressafra na produção de etanol de milho.”

O presidente-executivo da UNEM ressalta que o desenvolvimento dessa cadeia impactará positivamente outros setores da economia. É o caso da floresta plantada, uma vez em que a energia utilizada para produção de etanol do milho no Brasil é proveniente da biomassa, principalmente do bagaço da cana e do eucalipto. “Esse fato torna nossa produção ainda mais limpa do que o padrão americano - que utiliza gás e carvão mineral - e traz uma competitividade muito grande dentro do RenovaBio.”

A cadeia de grãos também deverá ser transformada, pois o excedente da produção do cereal será melhor aproveitado. Hoje, essa “sobra” é exportada como produto primário, sem agregação de valor e com pouquíssima arrecadação. “Além de estarmos agregando valor, iremos gerar mais empregos e desenvolvimento no interior do país”, afirma Tomczyk.

Por fim, a cadeia de produção de proteína animal também tende a se desenvolver rapidamente. O DDG, produzido no mesmo processo do etanol, possui alta demanda no mercado interno, principalmente pelos setores da suinocultura, avicultura, piscicultura e pecuária.

 

Fonte: CanaOnline