Brasil mais açucareiro
02-05-2016

Pela primeira vez, em cinco anos, haverá déficit mundial de açúcar

A expectativa é que o Brasil aumente sua produção de açúcar. O diretor da Archer Consulting, Arnaldo Luiz Corrêa, explica os motivos dessa previsão. “Atualmente, os fundamentos do mercado estão, em geral, mais construtivos. Essa, inclusive, será a primeira vez, em cinco anos, que haverá um déficit mundial, em que o nível de consumo da commodity, que vem crescendo a uma taxa de 2,1% ao ano, excederá a produção, que cresce a apenas 1,6% ao ano.”

O consultor ressalta, também, que o Brasil tem crescido numa velocidade ainda menor, o que acabará por piorar a situação e oferta do produto no futuro. “Embora não esperamos que os preços explodam de uma vez, pelo menos sentimos que haverá uma retomada nos próximos anos.”
O cenário da commodity fica ainda mais favorável quando vemos a situação de outros grandes países produtores, que devem registrar quedas em suas produções:

Índia: Nossa principal concorrente deve produzir três milhões de toneladas a menos do que no ciclo anterior, devido, principalmente, a um menor regime pluviométrico nas regiões canavieiras. O volume final deve ser de 25,8 milhões de toneladas. Porém, é bom ficarmos atentos, pois o governo indiano estuda um financiamento para os produtores de cana, que somam 20 milhões no total, com o intuito de manter o preço forte no mercado interno, reduzir os estoques e criar um volume excedente de dois milhões de toneladas de açúcar cristal para ser exportado.

Tailândia: Aqui a produção deve ser um milhão e 200 mil toneladas a menos do que o esperado pelo mercado, atingindo cerca de 10 milhões. Embora o regime pluviométrico tenha sido baixo, o aumento de 2% a 3% na área plantada impediu que essa queda fosse maior.

China: Já no país mais populoso do mundo, a produção de açúcar deve registrar retração de cerca de um milhão de toneladas, totalizando, ao final do ciclo, 9,5 milhões. Um dos motivos foi a queda no preço pago ao produtor, que levou a uma menor área plantada. Porém, ao longo dos últimos três anos, o governo chinês estocou 9,5 milhões de toneladas de açúcar. Dessa forma, com a queda na produção, não se sabe se ele irá queimar parte desse estoque (em torno de dois milhões de toneladas) e importar um pouco. O interessante para o Brasil é que, com isso, a China poderá sustentar o preço do mercado.

Além desses fatos, o diretor da Archer Consulting lembra que a situação é ainda mais positiva quando vemos que os nossos custos produção são muito menores do que os desses países. “Não tenho dúvidas de que o cenário é muito favorável ao Brasil este ano”, finaliza Arnaldo.

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