Brasil tem veículos com menor pegada de carbono do mundo
17-12-2025

Um estudo feito pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em parceria com o Boston Consulting Group (BCG) mostrou que os veículos brasileiros, considerando automóveis, caminhões e ônibus, têm a menor pegada de carbono do mundo. 

Intitulado “Caminhos da Descarbonização: a pegada de carbono no ciclo de vida do veículo”, o relatório calcula todo o ciclo de vida dos veículos fabricados no Brasil. O estudo considera a pegada de carbono “do berço ao túmulo”, ou seja: desde a extração das matérias primas, produção dos insumos, montagem, distribuição, uso e descarte. A pesquisa comparou dados de mercados da União Europeia, Estados Unidos e China, concluindo que a frota brasileira tem a menor pegada de carbono. 
O conceito “do berço ao túmulo”, que avalia todo o ciclo de vida dos veículos, é essencial para medir a emissão total de carbono e, a partir de 2027, será usado como critério para o Programa Mover para a concessão de incentivos. Confira leis que incentivam a produção de biocombustíveis e energia verde no Brasil.

Os carros brasileiros têm a menor pegada de carbono

O Brasil tem duas grandes vantagens: os biocombustíveis e a matriz energética renovável. O estudo revelou que os veículos flex ou híbridos, aqueles que podem rodar tanto com etanol quanto com gasolina, são um diferencial em relação aos outros países e destacam-se como ferramenta para promover a descarbonização no médio prazo. 

A menor pegada de carbono também é impactada pela matriz energética brasileira, que é 90% composta por fontes renováveis, como hidrelétrica, eólica, solar e biomassa. Por isso, todo o processo produtivo dos veículos tem menor emissão de carbono quando comparado com os ciclos dos outros países.

Vantagens dos carros flex

Um dos destaques dos carros flex é a menor poluição, pois o etanol emite até 90% menos gás carbônico na atmosfera do que a gasolina. Contudo, esses veículos têm outras vantagens. Confira:

Menor dependência do petróleo:

O abastecimento com etanol surgiu com a Crise do Petróleo, na década de 70, quando os barris triplicaram de valor. Desde então, houve o investimento em alternativas como o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), criado em 1975 e que oferecia incentivos fiscais e empréstimos bancários com baixa taxa de juros para que fossem desenvolvidos veículos movidos a etanol. O petróleo, sendo uma energia não renovável, tem menor disponibilidade na natureza e sua oferta depende de fatores externos, ligados ao cenário internacional. Por isso, quanto menos dependente do petróleo um país for, mais seguro estará. Aproveite para conferir: A importância do etanol na transição energética. 

Maior economia:

Além de ser menos poluente do que a gasolina, o etanol também é um combustível mais barato. Outro benefício é que o etanol tem o potencial de limpar o motor. Por ter um  octanagem (que mede a resistência de um combustível) mais alto que a gasolina, o etanol tem uma combustão mais completa e eficiente. E mais um destaque: o etanol pode ter uma reação detergente, que ajuda a dissolver e remover resíduos e impurezas acumuladas. 

Manutenção simples:

A tecnologia flex existe há mais de 20 anos no Brasil e está extremamente consolidada. Por isso, as pessoas e a manutenção são acessíveis, assim como a mão de obra especializada. 

Variedade e disponibilidade:

Existem carros flex em todos os modelos de carros como SUV, sedan, picape, hatch, esportivo, entre outros. Isso permite que você escolha um veículo flex conforme sua necessidade, gosto e orçamento. 

Tendo os carros com menor pegada de carbono e sendo o maior produtor mundial de etanol, o Brasil coloca-se em destaque no cenário mundial da descarbonização. Aproveite para conferir: O papel do Brasil no mercado mundial de açúcar e etanol. 

Com informações da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores.

Fonte: Siamig Bioenergia