Cada vez mais os grãos seduzem a Coplana, mas a Cooperativa não mede esforços para a obtenção da cana 4.0
24-07-2020

José Antonio de Souza Rossato Júnior, presidente da Coplana – Cooperativa Agroindustrial, é entrevistado pela jornalista Luciana Paiva, da CanaOnline

Produzir cana-de-açúcar não é para os fracos, além de demandar investimento parrudo para a implantação do canavial, durante seu ciclo de produção, que precisa ser de no mínimo cinco cortes para compensar o investimento, a cultura fica exposta a intempéries climáticas como seca e geada. Assim, a preocupação do produtor com os humores do clima é constante, mas os problemas não param aí, durante seu longo ciclo, a cana fica à mercê de pragas, doenças e plantas daninhas, então os investimentos para manter a produtividade por mais cortes é constante. 

Outro grande problema é que no decorrer da vida do canavial o produtor vive em uma gangorra de emoções, movida não só pelo sobe e desce do mercado do açúcar e do petróleo, mas também pelas indefinições governamentais em relação à importância do etanol e da energia da biomassa na matriz energética nacional. Tudo isso reflete no preço da cana e, pelo menos, nos últimos 10 anos, não tem sido muito favorável aos produtores.

É, a lavoura canavieira é complexa. Pelo jeito, produzir grãos é mais tranquilo e mais rentável. Vejamos o caso da soja: seu ciclo de produção, do plantio à colheita é em torno de 120 dias; sua implantação não exige o mesmo investimento que a cana; se os preços não estiverem compensadores, o grão pode ser armazenado a espera de um momento mais remunerador, a cana não dá para ser armazenar; o produtor de soja pode fixar a safra 2021, por exemplo, o produtor de cana não tem como fixar o preço da ATR; a soja tem comercio internacional, já a cana precisa ser entregue à usina, de preferência a mais próxima do canavial.

Todas essas vantagens dos grãos têm seduzido os produtores rurais. Um bom exemplo desse caso é a Coplana, Cooperativa Agroindustrial, que tem sua matriz em Guariba, SP, que foi criada por produtores de cana, mas a diversificação de culturas passou a ser a marca da cooperativa, que se tornou a maior produtora de amendoim do Brasil.

Mesmo assim, a Coplana não abandona a cana, e seu objetivo é aumentar a competitividade da lavoura canavieira, contribuindo para que seus cooperados produzam mais por mais cortes. Em 2015, a cooperativa criou o projeto Mais Cana, que em parceria com o Instituto Agronômico (IAC), desenvolveu mecanismos para a introdução de variedades mais produtivas, para a implantação de núcleos de produção de muda pré-brotada (MPB) e facilitou o acesso dos cooperados à agricultura de precisão para a implementação do sistema de plantio de Meiosi (Método Interrotacional Ocorrendo Simultaneamente).

O Mais Cana passa por uma modernização, o foco agora é a obtenção de canaviais digitalizados, que contam com o apoio de softwares de gestão agrícola, drones para a realização de controle biológico, aplicação localizada; enfim, projeta a cana 4.0.

José Antonio de Souza Rossato Júnior, presidente da Coplana, em entrevista à jornalista Luciana Paiva, fala sobre a cana 4.0, sobre a Coplana e a pandemia do novo Coronavírus, a produção e o mercado de amendoim e muito mais.

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