Café e cacau caem mais de 3% em Nova York; açúcar também recua com dados da Conab
26-08-2025

Viés é altista para o café, com as notícias de geadas nas áreas produtoras do Brasil — Foto: Wenderson Araujo/CNA
Viés é altista para o café, com as notícias de geadas nas áreas produtoras do Brasil — Foto: Wenderson Araujo/CNA

Os contratos futuros de café arábica operam em forte queda nesta terça-feira, de mais de 3%, após uma sequência de dias positivos na semana passada. A cotação dos lotes mais negociados (de vencimento em dezembro) é de US$ 3,6710 a libra-peso.

Por Fernanda Pressinott — São Paulo

Apesar do comportamento, analistas apontam que o viés é altista para o grão, com as notícias de geadas nas áreas produtoras do Brasil. “Há muita incerteza sobre de quanto foi a quebra na safra do arábica, pois é um número difícil de mensurar, devido ao tamanho do país. Há locais em que houve prejuízos, mas isso não pode ser generalizado”, disse Haroldo Bonfá, diretor da Pharos Consultoria.

A StoneX reduziu sua estimativa de produção de café no país em 3,4%, para 62,3 milhões de sacas. Para o arábica, a projeção foi cortada em 5,7%, para 36,5 milhões de sacas.

Além dos problemas por aqui, a novidade é um fenômeno extremo no Vietnã, principal exportador de café robusta do mundo. “O tufão Kajiki ajuda a pressionar o mercado. A bolsa de Londres vai ficar ‘nervosa’, pois a passagem desse fenômeno pode provocar a derrubada dos frutos e afetar a colheita em novembro”, disse Bonfá.

Também em forte queda nesta manhã estão os papéis de cacau, com perda de 3,2% em Nova York, a US$ 7.668 a tonelada.

Para o Commerzbank, a queda nos preços se deve a preocupações com a demanda, desencadeadas pelos fracos números de moagem de cacau na Europa, Ásia e América do Norte no segundo trimestre. Além disso, as tarifas de importação dos EUA sobre vários países produtores de cacau, que variam de 10% a 15%, podem pesar ainda mais sobre a demanda nos EUA.

“Ficamos em grande parte no escuro sobre a situação do mercado para o ano-safra de 2024/25, que vai até o final de setembro, já que a Organização Internacional do Cacau não publicou nenhuma nova previsão em seu último relatório trimestral há quase três meses devido a uma revisão de sua metodologia de cálculo. Como resultado, o próximo relatório trimestral, com publicação prevista para o final da semana, é aguardado com grande expectativa”, acrescentou o banco.

O açúcar demerara, por sua vez, recua agora 0,43%, a 16,33 centavos de dólar por libra-peso.

Há pouco, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou sua estimativa para a produção do açúcar no Brasil em 2025/26 confirmando que a safra será maior que no ciclo passado, apesar dos problemas de clima nas áreas produtoras de cana. A expectativa é que chegue a 44,5 milhões de toneladas, 0,8% mais que no ciclo anterior.

Por fim, em Nova York, contratos futuros de algodão para dezembro caem 0,45%, cotados a 67,02 centavos de dólar por libra-peso.

Fonte: Globo Rural