Caldeira flex queima bagaço, palha, lignina e vinhaça
13-10-2014

A Bioflex 1 apresenta mais ineditismos: conta com a primeira caldeira de leito fluidizado borbulhante do Nordeste. Equipamento desenvolvido pela HPB Energia, de Sertãozinho, SP, para a geração de 200 t/h de vapor à pressão de 67kgf/cm² e superaquecido a 520C a partir da queima de bagaço e palha de cana, além da vinhaça e lignina.

Valter Peruch, diretor-superintendente da HPB, ressalta que é uma honra para a empresa não só fornecer a caldeira para a primeira unidade produtora de etanol celulósico em escala comercial do Hemisfério Sul, mas participar desse projeto que é um desafio, porque incorpora como combustível elementos não convencionais: lignina e vinhaça. Mas enfrentar desafios estáno DNA da HPB, “A empresa nasceu e cresceu envolvida em buscar novas soluções. Somos reconhecidos internacionalmente pela façanha da queima de biomassa de cana. Somos pioneiros e detentores dessa tecnologia.”
Peruch explica que a lignina, que é um produto natural da produção de etanol celilósico, é um combustível heterodoxo, com características próprias, e a vinhaça, um elemento com aspectos problemáticos. Citou que, na região de São Miguel dos Campos, onde está instalada a Bioflex 1, no período das chuvas o lençol freático é muito alto, por isso é proibido depositar a vinhaça na terra, porque ela pode permear e contaminar o lençol freático. Então, a queima da vinhaça pela caldeira é uma solução para gerar calor, mas também ambiental.
A caldeira desenvolvida para atender as necessidades da Bioflex apresenta não só diferenciais em relação as caldeiras convencionais (de grelha), mas até mesmo com as outras caldeiras de leito fluidizado borbulhante, salienta Peruch. Em comparação às convencionais, ade leito fluidizado sofre pouca influência das condições ambientais, por exemplo: em época de chuva, os combustíveis ficam muito úmidos, sendo praticamente impossível queimá-los nas convencionais.
Já a caldeira desenvolvida para a Bioflex vai além de uma de leito fluidizado borbulhante voltada para a geração de energia. O conceito é o mesmo, mas incorpora uma série de cuidados especiais por causa da lignina e da vinhaça. “É um equipamento muito flexível que permite a Granbio decidir o que é mais interessante: produzir etanol da folha da cana ou queimar a folha da cana e produzir etanol 2 G com o bagaço da cana”, diz Peruch. Essa flexibilização permite a planta continuar produzindo, mesmo na entressafra da Usina Caeté.Veja matéria na íntegra na edição 14 da CanaOnline. Visualize no computador ou baixe grátis o aplicativo para tablets e smartphones – www.canaonline.com.br