Cana certificada precisa ser melhor remunerada
28-01-2019

Comitiva internacional, que visitou produtores de cana,se surpreende com o fato de não haver melhor remuneração para a cana certificada

“Durante as visitas conferimos que os investimentos em sustentabilidade são maiores do que imaginávamos. Observei, no entanto, que os produtores precisam de incentivo para continuar investindo nesta área”, salientouMaria Peterson,gerente da The Lego Group que integrou a comitiva formada por representantes daWorld WildlifeFund, WWF United States (WWF-US), WWF-Brasil, da BioplasticFeedstock Alliance, Procter&Gamble, The Lego Group, Unilever e da RoundtableonSustainableBiomaterials (RSB) que visitaram produtores de cana do interior paulista que têm os canaviais certificados.

Essa observação feita por Maria, a inexistência de melhor remuneração pela cana certificada, incomoda os produtores certificados e é um entrave à maior adoção do sistema.Os produtores de cana defendem o pagamento diferenciado pela cana certificada, como acontece com a soja – uma tonelada de soja certificada é equivalente a um crédito de produção de soja responsável, podendo ser trocado através da Plataforma de Comercialização de Créditos da RTRS. Ao adquirir os créditos do produtor,empresas ou organizações podem declarar seu apoio à produção responsável. Nos últimos anos, cada crédito valia para o produtor rural cerca de US$ 4.

O produtor Roberto Cestari, que possui canaviais com as certificações Bonsucro e RSB, ressaltou que, atualmente, as certificações apresentam ganhos indiretos, uma vez que para conquista-las, os produtores necessitam cumprir as legislações ambiental e trabalhista, realizar boas práticas agrícolas e priorizar a adoção de tecnologia inovadoras, ações que levam a obtenção de canaviais com alta eficiência. “Conquistar alta produtividade por mais cortes, é nosso objetivo, e o canavial certificado facilita esse processo. Esse é o ganho que obtemos com as certificações, mas precisamos de um ganho real, uma remuneração diferenciada, como acontece com a soja. Se conquistarmos isso, muitos outros produtores irão aderir ao processo.”

Acácio Masson Filho conta que logo que os canaviais dos associados da Assobari foram certificados, a Della ColletaBioernergia passou a pagar um prêmio de 3% por essa cana certificada, mas com a crise do setor, esse valor a mais foi retirado. A Assobari se empenha para a melhor remuneração dos canaviais certificados e busca alternativas para que a prática seja mais atraente. “Acreditamos que a curtíssimo prazo, toda a cana precisará ser certificada. É a exigência do mercado. Então, os produtores deverão certificar o canavial, por outro lado, as usinas também necessitarão que a cana seja certificada, para isso precisam estimular os produtores a investirem e não desistirem da cana-de-açúcar, seguindo para culturas que são mais valorizadas”, alertou Masson Filho.

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Fonte: CanaOnline