CanaCampo reforça a necessidade do manejo adequado para o controle de plantas daninhas nos canaviais
25-05-2022

 Deixar o canavial no limpo é um dos fundamentos para o aumento da produtividade
Deixar o canavial no limpo é um dos fundamentos para o aumento da produtividade

Entre as daninhas de folhas largas, as predominantes na região de Campo Florido, MG, estão a mamona e a mucuna. Já o capim-camalote se destaca entre as daninhas de folhas estreitas

Em 2021, como ocorreu em quase toda a região Centro-Sul do Brasil, Campo Florido, no interior de Minas Gerais, sofreu com a estiagem prolongada e com as geadas. “Foram três geadas severas que castigaram ainda mais o canavial debilitado pela seca”, conta Rodrigo Piau, coordenador agrícola da CanaCampo – Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Campo Florido. Seus associados são responsáveis por abastecer 100% a usina Coruripe unidade Campo Florido. A usina não possui canaviais, se dedica integralmente à industrialização da matéria-prima.

Responsabilidade a mais para os produtores, não deixar a esteira da usina sem cana e não só manter a produção, como aumentar a produtividade. Mas além do clima, outros fatores pesam para que não haja quebra de produção, e um deles não depende da natureza, mas do produtor: o manejo agrícola.

Faz parte do manejo a agrícola deixar o canavial no limpo, pois qualquer descuido com a matocompetição pode derrubar a produtividade de uma área entre 25% e 80%. Segundo Piau, entre as principais plantas daninhas na região de Campo Florido estão as folhas largas, com maior presença da mamona e mucuna. No caso das folhas estreitas, o destaque é o capim-camalote, que não era comum por aquelas bandas, mas passou a apresentar alta infestação.

“Quem não fez o manejo correto, com a aplicação de herbicidas na hora certa, está pagando com o canavial sujo”, observa Piau

Piau salienta que são muitas as plantas daninhas que competem com a cana, a flora é ampla, por isso, é fundamental que os profissionais da área voltem a desenvolver o manejo da matologia, para saberem qual a flora infestante daquele local. E, a partir daí, realizar o controle adequado.

Segundo ele, as geadas ocorridas no ano passado levaram à necessidade de repasse de herbicidas nos canaviais, mas nem todos os produtores realizaram essa operação. Com isso, tem muito canavial sendo colhido com mato. “Quem não fez o manejo correto, com a aplicação de herbicidas na hora certa, está pagando com o canavial sujo”, observa o Coordenador Agrícola da CanaCampo.

Outro dano provocado pelas geadas associadas à seca foi a morte de parte da socaria. O excesso de falhas nas linhas da cana obrigou, em muitos casos, a renovação precoce do canavial. Piau alerta para a necessidade do manejo correto nessas áreas, para que não acha matocompetição, reduzindo o desenvolvimento do canavial.

AUMENTO DE PLANTAS DANINHAS RESISTENTES AO CONTROLE

Piau chama a atenção em relação ao aumento de plantas daninhas resistentes ao controle. “Em nossa região, fazemos a rotação de cultura com a soja, e temos presenciado plantas daninhas resistentes, até mesmo ao glifosato, o que não era normal. Daí a importância de fazermos o manejo correto e a troca dos princípios ativos, aconselha.

Se por um lado, as plantas daninhas são um problema e apresentam resistência ao controle, Piau enaltece a evolução do desenvolvimento de herbicidas. Nos canaviais da CanaCampo são realizados trabalhos com novos produtos para testar a eficiência de controle das daninhas. Entre eles está o FALCON, herbicida pré-emergente, desenvolvido pela IHARA e que conta com nova molécula desenhada especialmente para a cultura da cana. Oferecendo amplo espectro de controle de daninhas de folhas estreitas e largas, longo residual e alta seletividade e segurança para cultura.

Mamona está entre as plantas daninhas de folhas largas predominantes na região de Campo Florido

A IMPORTÂNCIA DA ROTAÇÃO DE MOLÉCULAS

Outra inovação testada é o herbicida RITMO, também desenvolvido pela IHARA para uso na cana-de-açúcar, porém em época seca e semisseca. Este produto possui uma formulação de rápida absorção e fácil manuseio para manejo de daninhas de folhas estreitas e largas.

“O resultado dos trabalhos que realizamos com estes dois herbicidas comprova a eficiência no controle de plantas daninhas. São inovações. Chegam para agregar com as outras soluções que já temos no mercado. Aumentando as opções de rotação de moléculas, de princípios ativos, o que é fundamental para reduzir a ocorrência de plantas daninhas resistentes”, observa Piau.

Fonte: CanaOnline