Canaplan projeta safra entre 580 milhões e 600 milhões de toneladas no CS
27-04-2016
Estimativa, apresentada durante 1ª Reunião em 2016 da Consultoria, contraria previsões já anunciadas por outras entidades
Como já é de praxe no setor sucroenergético, todos os meses de abril são marcados pela primeira reunião do ano da Canaplan, que tem como objetivo analisar a safra que passou e apresentar as expectativas para o próximo ciclo. Esse ano não poderia ser diferente. O evento, realizado no dia 15 de abril, no Hotel JP, em Ribeirão Preto, SP, reuniu cerca de 200 pessoas de diferentes segmentos da cadeia de produção da cana-de-açúcar, como produtores de cana, usinas, tradings, agentes financeiros, empresas químicas, empresas de bens de capital e consultores.
A primeira palestra do dia foi a do consultor associado da Canaplan, NilceuPiffer Cardozo, que fez uma ampla análise climática do ciclo passado e seus impactos na lavoura deste ano. Cardozo disse que a safra 2015/16 contou com uma alta disponibilidade hídrica, provocada, principalmente, pelo El Niño, que se configurou como um dos mais fortes dos últimos anos. “Quando há a ocorrência desse fenômeno climático, a tendência é que chova mais no Sul e menos no Nordeste. O problema é que a maior parte dos canaviais do Centro-Sul se encontra no meio do caminho, fazendo com que sejamos afetados de formas imprevisíveis.”
Para Cardozo, o El Niño de 2015 beneficiou o CS, pois trouxe um ano bastante chuvoso que favoreceu tanto o desenvolvimento inicial das canas colhidas do começo ao meio do ano, quanto o plantio. Porém, esse fato também acabou prejudicando as próximas safras, pois, do meio para o fim, as colhedoras tiveram que entrar “na marra” nos canaviais, compactando o solo e pisoteando as soqueiras.
Já para 2016, a expectativa é que haja inversão desse cenário, ou seja, um ano com acentuado déficit hídrico. “O El Niño começou a perder intensidade a partir de janeiro, sendo que, de março para cá, já notamos que as chuvas ficaram cada vez mais escassas. A tendência é que em maio tenhamos um período de neutralidade seguido de uma rápida passagem para o La Niña, que se caracteriza por chover mais no Nordeste e menos no Sul”, ressalta Cardozo.
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