CANAVIAIS com produtividades muito acima da média
09-05-2025

Adeque seus MANEJOS para resolver os gargalos da PRODUÇÃO DE CANA DE AÇÚCAR da grande lavoura, de forma definitiva. Isso é possível!!
Só assim seus CUSTOS vão baixar!!
Por José Cristóvão Momesso – Profissional nexialista na produção e operação de grandes lavouras canavieiras.
A situação do setor sucroenergético – o Agro.
Você que labuta no setor SUCROENERGÉTICO, seja com Usineiro Empresário ou como Usinário Colaborador deve estar se perguntando:
“Como posso resolver meus problemas de campo, para poder obter produtividades com qualidade maior, nas minhas lavouras??? Porque não consigo aumentar minha produtividade e baixar meus custos? ”
“Porque a produtividade não vem aumentando (ou está aumentando pouco) ano a ano, sendo que tenho investido em tecnologia, treinamento, etc.??”
“Porque não ganho prêmios de produtividade regionais, ou, pelo menos não fico classificado entre os 4 ou 5 melhores dentre 25 a 30 usinas consideradas nas regiões produtoras??”
“Quais as causas que estão me fazendo DEIXAR TANTO DINHEIRO NA MESA, enquanto outros estão obtendo níveis de produtividade e qualidade bem superiores à média e ainda com custos mais baixos? ”
“Porque o CLIMA tem afetado tanto meus resultados e causando variações tão grades nas produtividades, ano a ano? ” Como as empresas mais produtivas estão minimizando os efeitos do clima? Como posso minimizar os efeitos do clima na minha unidade? ”
Sim. Essas são as perguntas de pelo menos 200 Usinas do Centro Sul se fazem todos os dias, deixando ACIONISTAS e STAKEHOLDERS IRRITADOS E PREOCURADOS, uma vez que seus números não decolam. Entra ano sai ano e os números permanecem em “voo de galinha”.
E o pior, escutam todos os anos de seus gestores que as mazelas do CLIMA são as grandes responsáveis pelos fiascos de produtividade observados. Além das pragas, doenças, e outras variáveis que às quais são imputadas a maioria das responsabilidades pelo baixo desempenho.
Pura lamentação. Muito trabalho, com pouco foco e energia nas verdadeiras causas dos principais problemas que assolam as lavouras canavieiras do Brasil.
Muito recursos são dispendidos, mas arranjados de forma não tão adequadas, levando a resultados “mérdios” que não são sustentáveis a médio e longo prazo. Vejam que em uma eventual derrocada de preços no mercado nacional e internacional (açúcar, etanol e energia) muitos players terão problemas de manter seus negócios sob controle. (E isso pode acontecer).
Porque então, não mudar o foco das perguntas?:
“Quais são os principais problemas que impõe gargalos à minha produtividade?? Quais as ações que podem ser feitas para resolver isso de vez? Como posso resolver isso? Quem preciso consultar e trocar ideias para me ajudar nisso? ”
“Quem está fazendo melhor do que eu? O que estão fazendo (as vezes é meu vizinho) que estão tendo resultados muito melhores? ”
“E se fizemos de outra forma?? Que resultados poderíamos obter? ”
“Será que o PROPÓSITO da empresa está claro para todos os envolvidos? ”
Mudar o enfoque é fundamental para resolvermos os problemas.
Mas admitir que os problemas são reais, que estão na nossa cara fazendo cortina de fumaça para os prejuízos, isso é condição “sine qua non” para iniciarmos um processo de mudança na busca de soluções.
É fundamental fazer dos problemas oportunidades. E isso não é jargão corporativo!!
Tem como fazer com que as pessoas se engajem e busquem alavancar os resultados. O que não pode é ficar “vendo a banda passar” e não fazer nada!! Ou nos incomodamos com a situação ou vamos entrar para as estatísticas da fábula do “sapo na água em fervura lenta”: quando menos percebemos já fomos cozidos e aí já é tarde demais.
Usinas e Fornecedores CAMPEÕES DE PRODUTIVIDADE, que vem fazendo a lição de casa e mantendo sob controle os maiores problemas que existem na grande lavoura estão colhendo os frutos. Altas produtividades em anos prósperos de preços e mercado.
Esse time de empresas vem obtendo produtividades 15 a 20% acima das médias regionais, com qualidade também acima, conseguindo tonelada de açúcar por hectare em patamares acima de 12 a 15 ton. Realmente estão fazendo “mais com menos”!!
Não se conformam em ficar abaixo de 10 ton de açúcar por hectare. Números esses observados em diversas situações, em diversas empresas, nas safras anteriores. Esses números não se sustentam em condições de mercado com preços de açúcar, etanol e energia muito baixos.
“O que as empresas com altas produtividade estão fazendo para conseguir excelentes resultados??”
“Como estão resolvendo os principais problemas de operação e produção agrícola? ” Quais os manejos que estão adotando? Qual o arranjo que estão dando aos recursos? ”
Sim!! Porque muitas vezes não faltam recursos.
O que falta é arranjar os recursos de forma mais adequada (para não dizer mais inteligente) de forma que possam trazer melhores resultados. E isso não necessariamente impacta nos custos. Muito pelo contrário. O custo da unidade de açúcar, etanol e energia produzidos por unidade de área podem ser até menores.
Para mudar é preciso de foco, determinação e coragem. Não basta ficar planilhando os números. As mudanças acontecem no campo, com observação, escutando as equipes envolvidas, engajando o pessoal para buscar alternativas que possam ser consensadas com argumentos embasados em métrica, que possam sensibilizar a alta direção e acionistas ou Conselho de Acionistas.
É preciso criar a cultura de ir ao encontro dos problemas. Vamos fazer a lição de casa, propondo RECOMENDAÇÕES de soluções, buscando alternativas.
Muitas vezes é necessário consultar especialistas, colher sempre uma segunda opinião (e não acreditar em tudo o que dizem). Mas sim formar uma solução que atenda aos interesses da empresa. Com utilização de métricas, custo x benefício, olhando em 360º para todas as opções possíveis, com causas e efeitos estudados. Vestir “as sandálias da humildade” é preciso para poder pensar “fora da caixa”.
A maioria dos gestores sabem dos problemas que tem. Mas tem medo de agir para buscar sair da condição atual. Arriscar é perigoso. Mas o grande risco é não arriscar.
Cuidado com as inovações: toda inovação envolve risco e temos que abraçá-las com cuidado. Com citou Walter Longo em uma de suas conferências, “Inovação é fazer amor com porco espinho”. ( Fonte: https://youtu.be/XrCv39Svtik )
Certamente não se deve “virar a chave” e querer que, como o “coelho sai da cartola” em um passe de mágica, e que as coisas aconteçam do dia para a noite.
Isso não vai acontecer.
Mas se não começar a fazer diferente, os resultados vão continuar sendo os mesmos. Produtividades vergonhosas em condições com potenciais muito maiores. Unidades e produtores em excelentes áreas, tanto em fertilidade quanto topografia com resultados bem abaixo dos realmente possíveis.
Como começar as mudanças?
Acertar o manejo de uma grande lavoura demanda tempo e começa no preparo de solo, passando pelo plantio e assim por diante. Ou melhor começa com o contrato da área e com a liberação para as atividades necessárias após a última colheita.
Vejam alguns exemplos:
- Liberar uma área de reforma em novembro para plantio do próximo ano em março e querer resolver os problemas de Sphenoforus e outras praga de solo, além de plantas daninhas, correções químico físicas, etc, é querer perpetuar os problemas por mais 5 a 7 anos.
Não vai resolver. Vai só piorar para o próximo ciclo da cultura. O prejuízo causado pelo Sphenoforus nas lavouras do Brasil é estimado em 2 bilhões por ano (Fonte: https://maisagro.syngenta.com.br/dia-a-dia-do-campo/bicudo-da-cana-uma-ameaca-a-produtividade-do-seu-canavial/?utm_source=chatgpt.com ) Essa praga está levando seu lucro embora!!
- Utilizar canaviais com doenças como mudas para novos plantios. É perpetuar o sofrimento de obter produtividades baixas, com qualidade inferior ao mínimo necessário. Mudas sadias são a base da grande lavoura.
Não dá para aceitar isso. O prejuízo de uma só doença, o raquitismo pode chegar a 25% do potencial produtivo do material genético. (Fonte: https://www.ridesaufscar.com.br/analise-de-rsd)
- Não fazer o preparo de solo adequado, permitindo prazos inadequados de reações dos corretivos (além das incorporações em subsuperfície), aparecimento de torrões e bolsões de ar, etc. Isso vai fazer você ter um plantio com excesso de falhas. Falhas é prejuízo, retrabalho, custos adicionais e muitos outros problemas.
Não abra mão da qualidade do seu preparo de solo. É ali que tudo começa: o sucesso ou o insucesso da sua grande lavoura está intrinsicamente relacionado com seu preparo de solo. Para 1% de falha, obtém-se aproximadamente 1 ton a menos de cana por hectare.
Outra coisa: como vamos dar condições para que a planta forme sistema radicular exuberante (FÁBRICA DE RAÍZES) se formos negligentes com o preparo de solo?? Não há uma segunda chance para implantar um canavial de alta performance. Plantio de cana de açúcar é casamento. Precisamos caprichar para que tenhamos longevidade!!
E por aí vai. Muito são os exemplos dos problemas que temos nas grandes lavouras. Cada ano é um novo desafio. Vejam agora o problema da síndrome da murcha dos canaviais. Prejuízos de milhões de reais por ano.
Na verdade, são mais de 50 processos onde PROTOCOLOS precisam ser elaborados, estudados e cobrados para que as ações aconteçam: no melhor momento, na hora certa, com o equipamento certo, etc. O resto é só conversa de botequim e chute no escuro. Muito planejamento é necessário.
Lembrando que não há uma “receita de bolo”. Cada caso é um caso. Cada região, unidade produtora, fornecedor, associação, etc., tem suas peculiaridades, suas vantagens competitivas que devem ser respeitadas quando são estudados os problemas e as soluções a serem propostas para implementação.
Em um estudo recente (não publicado – 2025, José Cristóvão Momesso) foram listados 5 PRINCIPAIS DEFLATORES da produção de cana de açúcar no Brasil. Nesse estudo observa-se que está ficando sobre a mesa nada mais nada menos que 26,9 t. de matéria prima por hectare cultivado, por ano, quando os fatores que derrubam a produtividade não estão sob controle.
Quadro 1 e 2.
Quadro 1. Resumo dos principais deflatores da produtividade da grande lavoura da cana de açúcar, citados pela literatura. Jaboticabal, 2025.
Observem que no Quadro 1 não foram considerados problemas operacionais como qualidade do preparo de solo (principalmente uniformidade e profundidade), qualidade das adubações, distribuição de corretivos, perdas de colheita, dentre outros.
No tocante a compactação, não foram atribuídos valores de perdas, considerando-se que há rígido controle de tráfego nas operações motomecanizadas
Quadro 2. Prejuízos estimados na produtividade da lavoura de cana de açúcar, devido a ocorrência de problemas que depreciam a produção. Jaboticabal, 2025.
Os dados do Quadro 2 são de uma grande unidade produtora, cujos índices dos deflatores de produtividade foram medidos na safra 2024 (dados autorizados divulgar sem informar a fonte).
Algumas conclusões.
Poderíamos aqui, discorrer sobre os mais de 50 processos (fatores de produção) envolvidos em uma gestão de grande lavoura canavieira, cujo planejamento e controles precisam estar na batuta diária do administrador e dos acionistas, para que os gargalos sejam minimizados. Problemas vamos ter sempre. Precisamos é mantê-los sob controle. Para isso estabelecer PROCOLOS inteligentes, executáveis é de fundamental importância.
É possível atingir altas produtividade. Com determinação e foco essa meta é factível. Grandes equipes superam expectativas e vão além.
Elaborar e executar protocolos assertivos são fundamentais para que a produtividade acima da média, de muitas unidades e produtores possam ultrapassar a média do Centro Sul, na ordem de 15 a 20%, ou mais.
Sucesso.
Mini curriculum:
José Cristóvão Momesso.
- 6 PRÊMIOS REGIONAIS DE PRODUTIVIDADE;
- 1 Prêmio 10 TOP Brasil;
- Programa de Formação e Certificação de Conselheiros – Board Academy;
- Canassauro 2024. (Prêmio UDOP) – Gestão Técnica;
- MBA Gestão do Agronegócio – FEA – USP;
- Mestre em Agronomia – UNESP – Produção Vegetal;
- Especialização em Administração Agroindustrial – UNAERP – RP – SP;
- Engenheiro de Segurança do Trabalho – F. Moura Lacerda – RP – SP;
- Engenheiro Agrônomo – Univ. Federal de Lavras – MG