Canaviais da região Centro-Sul atingem 164,04 kg de ATR por tonelada
29-10-2020

A qualidade da matéria-prima da cana, processada na primeira quinzena de outubro, atingiu 164,04 kg por tonelada em 2020 contra 154,25 kg verificados na mesma quinzena da safra passada

A qualidade da matéria-prima processada na primeira quinzena de outubro, mensurada a partir da concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), atingiu 164,04 kg por tonelada em 2020 contra 154,25 kg verificados na mesma quinzena da safra passada. No acumulado do ciclo 2020/2021, o índice alcançou 144,32 kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar – 4,51% superior ao valor apurado no último ciclo agrícola. A informação é do relatório de acompanhamento de safra divulgado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) nesta terça-feira.

Segundo o relatório, a quantidade de cana-de-açúcar processada pelas unidades produtoras do Centro-Sul na primeira quinzena de outubro, somou 36,85 milhões de toneladas na primeira quinzena de outubro. O valor representa uma queda de 2,05% em relação ao mesmo período de 2019.

A despeito da moagem quinzenal, o acumulado da safra 2020/2021 atingiu 538,13 milhões de toneladas, registrando aumento de 5,06% sobre as 512,23 milhões de toneladas processadas em igual período do ciclo 2019/2020.

“Entramos em um período de desaceleração no processamento de matéria-prima, visto o ritmo intenso da moagem dos últimos meses graças a estiagem”, analisa o diretor técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues. “As consequências do prolongado período de estiagem devem começar a se refletir na produtividade da lavoura nos próximos meses”, acrescentou.

Em relação ao número de usinas em operação, 239 unidades estavam em funcionamento até dia 16 de outubro de 2020, contra 234 usinas em igual período da safra 2019/2020. No total, 24 unidades produtoras encerraram suas atividades de moagem até o momento.

Produção de açúcar e de etanol

A produção acumulada de açúcar atingiu a marca de 34,67 milhões de toneladas, montante 45,92% superior às 23,76 milhões de toneladas do último ano. Na quinzena, foram produzidas 2,61 milhões de toneladas do adoçante (+36,5%).

“Do aumento total de 10,91 milhões de toneladas de açúcar observado até o momento, cerca de 8,08 milhões derivam da mudança do mix de produção e os outros 2,83 milhões resultam do avanço da moagem e da melhor qualidade da matéria-prima colhida”, explica Rodrigues.

Desde o início da safra 2020/2021 até a primeira quinzena de outubro, 46,85% da cana-de-açúcar foi destinada a fabricação do adoçante, ante 35,26% no mesmo período de 2019. “A proporção de cana voltada à fabricação do açúcar permanece elevada a despeito da redução marginal de mix em relação a segunda quinzena de setembro, refletindo um movimento natural do ciclo agrícola, de maior direcionamento da matéria-prima para produção de etanol no último terço de safra”, completou Rodrigues.

A produção de etanol, por sua vez, alcançou 2,06 bilhões de litros na primeira quinzena de outubro, contra 2,30 bilhões fabricados em igual período do ciclo 2019/2020, sendo 1,30 bilhão de litros de hidratado e 762,34 milhões de litros de anidro.

Na comparação quinzenal, apenas a produção do último realiza um aumento em relação à safra passada. O valor representa um acréscimo de 10,72% de etanol anidro frente a safra 2019/2020, já o hidratado registra retração de 19,46%.

O volume de etanol produzido no acumulado da safra 2020/2021 totalizou 25,57 bilhões de litros, 7,49% inferior ao assinalado no último ciclo, com o etanol anidro recuando 4,82% e o hidratado 8,64%. A produção de etanol fabricado a partir do milho mantém um ritmo ascendente sem precedentes, com 120,19 milhões de litros na quinzena e 1,27 bilhão de litros acumulados, o que representa acréscimo de 86,98% e 90,00% em relação à safra 2019/2020, respectivamente.

Fonte:  CanaOnline com informações da UNICA