Canaviais do Centro-Sul chegam com pequeno porte na época das chuvas e mais frágeis ao ataque da cigarrinha
25-10-2021

Canaviais fragilizados são mais impactados pelo ataque da cigarrinha
Canaviais fragilizados são mais impactados pelo ataque da cigarrinha

Seca, geada e incêndios levaram ao atraso do desenvolvimento da cana colhida no início da safra, ou à morte da socaria ou ainda a necessidade de roçar o canavial para a cana rebrotar

As chuvas estão de volta à região Centro-Sul do Brasil e, com elas, a maior incidência das pragas, como a cigarrinha das raízes. Porém, este ano tem um agravante, a cana colhida no início de safra está com pequeno porte, o que significa mais suscetível ao ataque da cigarrinha, informou Leila Luci Dinardo-Miranda, pesquisadora do Instituto Agronômico (IAC), ligado à Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, durante o lançamento do inseticida Entigris, desenvolvido pela BASF para o controle da cigarrinha das raízes em cana, lançado na última quinta-feira, 21.

De a cordo com Leila, a idade e o tamanho da planta ao sofrer o ataque interferem na intensidade dos danos. “Uma cana de final de safra é menor durante o ataque da cigarrinha. Por conta disso, as plantas acabam sofrendo muito mais e registram quedas de produtividade superiores do que os vistos em uma cana colhida em maio.”

Quanto menor a cana, mais frágil ao ataque da cigarrinha

Este ano, porém, segundo Leila, a seca, geada e incêndios ocorridos este ano na região Centro-Sul levaram ao atraso do desenvolvimento da cana colhida no início da safra. Ocorreu também a morte de parte da socaria, o que exigiu o replantio das falhas. E, ainda, áreas em que o canavial foi roçado para a cana rebrotar. Isso tudo faz com que grande parte dos canaviais estejam com a cana com pequeno porte. E mais fragilizados ao ataque das pragas, como a cigarrinha das raízes.

Essa praga se tornou uma das principais causas de perdas nos canaviais, pois pode ser encontrada em praticamente todas as regiões canavieiras do Brasil.  A incidência desta praga tem aumentado em decorrência da perpetuação da colheita mecanizada de cana crua, que criou um ambiente nos canaviais mais propício ao desenvolvimento da praga. O que também contribui para o aumento da população é a maior resistência da cigarrinha aos inseticidas.

Entre os prejuízos causados pela cigarrinha, destacam-se a redução do teor de açúcar e aumento do teor de fibras e de colmos mortos. Além disso, as ninfas extraem grandes quantidades de água e nutrientes das raízes, impactando negativamente no desenvolvimento da cultura.

Quanto maior a população de cigarrinhas, maior será o dano. O que também pesa é a susceptibilidade das variedades de cana ao sofrerem o ataque dessa praga, algumas perdem de 10% a 20% de produtividade, já outras, de 60% a 70%.

Veja as recomendações da pesquisadora para o manejo das Cigarinhas das Raízes em cana-de-açúcar

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Fonte: CanaOnline