Canaviais ganham reforço de peso no controle de plantas daninhas resistentes
23-02-2021

Para deixar o canavial no limpo o setor investe cerca de R$ 600 milhões por ano
Para deixar o canavial no limpo o setor investe cerca de R$ 600 milhões por ano

Novos herbicidas pré-emergentes da IHARA trazem a Tecnologia Yamato que se destaca pelo longo residual, alta seletividade e controle das principais plantas daninhas resistentes no Brasil

A gestão do controle de plantas daninhas no setor sucroenergético brasileiro absorve, anualmente, cerca de R$ 600 milhões entre produtos, movimentação e venda de equipamentos, mão de obra e pulverização própria ou de terceiros. O alto investimento visa a redução das infestações das daninhas, que se constituem em um dos principais fatores da queda de produtividade. Estimativas apontam que, durante o período úmido e quente o mato pode diminuir em até 42% a produção de cana por hectare.

O professor e consultor, que trabalhou durante 30 anos como docente e pesquisador na área de biologia e manejo de plantas daninhas, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) da Universidade de São Paulo (USP), Pedro Jacob Christoffoleti, observa que o produtor necessita produzir mais com menos, porém, a existência de plantas daninhas impede que se consiga explorar o potencial dos insumos que aumentam a produtividade, reduz a eficiência das variedades, dificultam o crescimento da cultura, competem por água, luz e nutrientes.

Pedro Christoffoleti observa que as plantas daninhas evoluem, para controlá-las as tecnologias também precisam evoluir

Christoffoleti salienta que na cana-de-açúcar houve mudança no processo, o fogo não faz mais parte da cultura, e as plantas daninhas se adaptaram rapidamente e essa nova realidade. “As folhas largas, as trepadeiras, que no passado pouco figuravam nos canaviais, passaram a ser importantes na estratégia de controle de daninhas na cana. Atualmente, 26% das recomendações de herbicidas são feitas para essas espécies e 74%, para as gramíneas”.

A mamona, merremia, mucuna e cordas, são as principais folhas largas que se alastram pelos canaviais. São consideradas um problema, pois são de difícil controle. Mas não são o único desafio para deixar os canaviais no limpo, o setor passou a enfrentar uma batalha contra as plantas daninhas resistentes a herbicidas.

Diversos fatores influenciam na resistência das daninhas, como a aplicação incorreta de herbicidas, promovendo a seleção em campo, e a falta de novas tecnologias de manejo o que dificulta a rotação de moléculas. O pesquisador comenta que, mesmo com as tecnologias de controle de daninhas existentes, a média de perda de produtividade pela presença de mato é de 15%. “No entanto, nas minhas viagens pelo país, tenho encontrado casos de até 40% de perda, o que inviabiliza o negócio.

 “A matocompetição é um problema crescente no Brasil pois, há muitos anos, não existem soluções efetivas para o controle das daninhas”, diz André Nannetti

Christoffoleti observa que as plantas daninhas evoluem, para controlá-las as tecnologias também precisam evoluir. “Não podemos mais utilizar velhos métodos para controlar novos problemas, precisamos de soluções disruptivas. Não estou dizendo que as tecnologias disponíveis não são eficazes no controle das daninhas. São, mas não para as plantas daninhas resistentes”, afirma.

“HERBICIDAS DO FUTURO”

Recentemente, a IHARA, empresa especializada em tecnologias e defensivos para a proteção de cultivos, lançou uma linha de herbicidas pré-emergentes que trazem a tecnologia Yamato que se destaca pelo longo residual, alta seletividade e controle das principais plantas daninhas resistentes no Brasil.

“A matocompetição é um problema crescente no Brasil pois, há muitos anos, não existem soluções efetivas para o controle das daninhas. Estes novos produtos nos dão a certeza de que estamos contribuindo para a prosperidade da agricultura, seja pela proteção mais efetiva dos cultivos ou pela melhoria do manejo de resistência”, afirma o Gerente Geral de Marketing da IHARA, André Nannetti.

Em relação às plantas daninhas resistentes, o Gerente de Marketing da IHARA salienta que o desafio não aumentou só campo, mas também nos laboratórios. Nannetti conta que há 20 anos eram realizadas cerca de 50 mil pesquisas para se chegar a uma molécula para controle do mato, hoje a média é de 160 mil pesquisas para o desenvolvimento de uma nova molécula eficiente no controle de plantas daninhas.

Nessa batalha contra as daninhas resistentes, Nannetti informa que o Japão se destaca como líder mundial no desenvolvimento de pesquisas. O que aumenta o diferencial competitivo da IHARA, que tem em sua composição grandes empresas japonesas desenvolvedoras de moléculas. Essas tecnologias inovadoras são estendidas ao Brasil, como é o caso da tecnologia Yamato – “Herbicidas do Futuro”.


Nannetti explica que essas moléculas inovadoras foram desenvolvidas no Japão, mas para atender as necessidades e exigências do produtor brasileiro, a IHARA, durante 10 anos, investiu na tropicalização da tecnologia que foi testada por entidades de pesquisas nacionais, especialistas da área e no campo.

Após todo esse tempo de adaptação, análise toxicológica e comprovação da eficácia da tecnologia, em outubro de 2020 a IHARA lançou quatro herbicidas focados no controle de daninhas resistentes e de difícil controle:

  • KYOJIN: formulado especialmente para combater as daninhas resistentes em pré-ermegência, proporcionando controle do capim-amargoso, pé-de-galinha, buva, entre outras, na soja e no milho;
  • YAMATO: já registrado em mais de 10 países e na lista dos principais herbicidas do mundo, este produto é indicado para manejo de azevém, entre outras, no trigo, com aplicação em pré-emergência.
  • FALCON: esta tecnologia oferece amplo espectro de controle de daninhas de folhas largas e estreitas, assegurando seletividade e segurança. No Brasil registrado para as culturas de cana-de-açúcar, café, citros, eucalipto, pinus e mandioca;
  • RITMO: desenvolvido para uso na cana-de-açúcar, em época seca e semi seca, este produto possui uma formulação de rápida absorção e fácil manuseio para manejo de daninhas de folhas estreitas e largas.

Christoffoleti participou do processo de desenvolvimento dos novos produtos da IHARA, especialista principalmente na cultura canavieira, o pesquisador conta que ficou impressionado com os benefícios do Falcon e do Ritmo. “Verificamos que o ponto fundamental para esta cultura é a seletividade desses produtos, é impressionante. O produtor de cana reclama muito de problemas de injurias na cana com a aplicação de herbicidas, esses produtos são 100% seguros, desde que utilizados dentro das recomendações da bula.

O que também chama a atenção nos novos herbicidas da IHARA é a baixa toxicidade. Christoffoleti observa que cada vez mais o consumidor exige produtos agrícolas que não agridem o ambiente. Tanto que, entre os critérios das certificadoras está a baixa toxicidade dos produtos. “Na cana-de-açúcar, a principal certificadora é a Bonsucro e um de seus itens de avaliação é a quantidade de herbicidas utilizada por hectare. Hoje são exigidos que no máximo se utilize cinco quilos do princípio ativo por hectare no ciclo da cana. E o Falcon apresenta uma quantidade muito pequena de produto ativo, contribuindo para o setor atender os critérios das certificadoras e do mercado.”

Marcos Kuva, sócio-Diretor da Consultoria Herbae, é mais um especialista em plantas daninhas que acompanhou as pesquisas da IHARA. Segundo ele, a tecnologia Yamato proporciona ao produtor de cana-de-açúcar resultados mais eficazes no combate às plantas daninhas resistentes.  “Essa opção de controle oferece custos vantajosos, pois evita a necessidade de diversas aplicações”.

O consultor destacou a seletividade da tecnologia (não causa injúrias na cana), sua alta eficácia no controle das gramíneas que competem com o canavial, a flexibilidade de culturas, seu longo período residual e a possibilidade de ser aplicado na época mais úmida, tanto para a cana-planta como para a cana soca.

Nannetti, o gerente de Marketing da IHARA, reforça os principais benefícios desses produtos: a grande seletividade, não causa injurias; controla todo o complexo de plantas daninhas; oferece grande eficácia, principalmente nas plantas de difícil controle e resistentes a outros mecanismos de ação; longo residual e período de controle; trazendo maior rentabilidade para o produtor em detrimento de uma menor matocompetição.

“Essa opção de controle oferece custos vantajosos, pois evita a necessidade de diversas aplicações”, informa Kuva

O USO DE HERBICIDAS PRÉ-EMERGENTES

Christoffoleti ressalta que, para o controle químico das daninhas há duas opções: o uso dos herbicidas pré e pós emergentes. Para o pesquisador, o produtor precisa diversificar o sistema, e os herbicidas pré-emergentes tem esse aspecto de diversificação. “Em decorrência da melhor aplicabilidade, 75% das aplicações de herbicidas são de pós-emergentes. Mas precisamos dos pré-emergentes, porque são eles que eliminam a matocompetição inicial. Por exemplo, a soja precisa sair no limpo, precisa primeiro germinar para depois vir a planta daninha.”

Outra vantagem dos pré-emergentes apontada por Christoffoleti é a flexibilização que oferece ao produtor, com seu uso o mato nasce mais fraco e em menor quantidade, permitindo que aplicação do pós-emergente seja retardada.

Para o Pesquisador, com os lançamentos da IHARA, os canaviais ficarão muito mais sustentáveis tanto na parte econômica como ambiental.

Fonte: CanaOnline