Capacitação é o caminho para manter o emprego no setor sucroalcooleiro, diz sindicalista
10-03-2015

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Araçatuba e Região, Aparecido Guilherme de Moura, acompanha o avanço do setor sucroalcooleiro desde 1981. São 35 anos de convivência diária com o problema de oferta de trabalho. Ele lembra dos grandes contingentes de trabalhadores que vinham do nordeste e os muitos problemas que surgiam. Hoje a realidade é bem diferente. A mecanização reduziu o corte manual e, consequentemente, a oferta de posto de trabalho. Por isso, defende a requalificação da mão de obra para garantir a empregabilidade dos trabalhadores.

Aparecido Moura lembra que por iniciativa do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Araçatuba, em 1981, foi realizado um evento no município que resultou no primeiro acordo coletivo do setor que serviu de base para acordos posteriores. "Este é um assunto que exigiu muito de todos os envolvidos", conta ele, que acompanhou greves e manifestações de trabalhadores em várias usinas. "Sempre defendi a qualificação profissional como o melhor caminho e procurei passar isso para os responsáveis pelo setor de pessoal das usinas. Mostrei que era preciso investir no trabalhador para ter retorno garantido. Não adianta trazer grandes levas de trabalhadores sem conhecimento do trabalho. Demorava para dar produção. Já aqueles que conheciam o método de trabalho chegavam e garantiam boa produção e raramente criavam problemas", conta o sindicalista.

De acordo com o sindicalista, com a exigência da legislação paulista de mecanizar a colheita de cana surgiram os problemas de trabalho. Nos últimos anos, além da redução da oferta de trabalho por conta da mecanização, o quadro foi agravado pela crise no setor. "Somente os profissionais qualificados conseguem emprego com mais facilidade", contou.

Segundo Aparecido Guilherme de Moura, nos últimos cinco ou seis anos, a oferta de trabalho no setor de bioenergia caiu mais de 70%. "Chegamos a ter na nossa base aproximadamente entre 12 e 15 mil trabalhadores e nesta safra vamos ter aproximadamente 3 mil trabalhadores, contou.


Qualificação

De acordo com o sindicalista, já fez parcerias com usinas para instalação de centros de qualificação profissional. "Hoje temos em nossa base usina que é referência na formação e requalificação dos trabalhadores. Isso é importante para a empresa, que tem um funcionário comprometido e preparado para exercer a função e o trabalhador, que melhora a renda, qualidade de vida e a autoestima", finalizou Aparecido Guilherme de Moura.