Carrefour 'pede desculpas' e reafirma parceria com agricultura brasileira
26-11-2024
Grupo diz que sabe das “normas rigorosas que a carne brasileira segue, sua alta qualidade e sabor"
Por Gabriella Weiss — São Paulo
O Grupo Carrefour Brasil publicou nesta terça-feira (26/11) uma carta em que afirma que sua “declaração de apoio ao setor agrícola francês”, realizada na última quarta-feira em relação ao acordo Mercosul-União Europeia nunca teve como objetivo “colocar em oposição a agricultura francesa em relação à agricultura brasileira”.
No comunicado, publicado quase uma semana após a declaração inicial do CEO Alexandre Bompard, a rede de supermercados afirmou lamentar que sua comunicação tenha sido interpretada como uma crítica à agricultura brasileira. O Grupo reforçou que se orgulha de ser "o primeiro parceiro e promotor histórico da agricultura no Brasil", e que sabe das “normas rigorosas que a carne brasileira segue, sua alta qualidade e sabor".
O Grupo afirma que compra quase toda “a nossa carne brasileira no Brasil e continuaremos a fazê-lo”. A empresa destacou o relacionamento de 50 anos com o setor agrícola brasileiro, no qual "conhece e valoriza, a cada dia, o profissionalismo e o apego à terra e à pecuária".
Em relação à França, o grupo ressaltou que a decisão tomada pela unidade não visa alterar as regras do mercado francês, já amplamente estruturado com suas próprias fontes de abastecimento. "Essa medida garante o apoio e a continuidade das compras locais para os agricultores franceses", afirmou.
Em fato relevante, também publicado nesta terça-feira, o Grupo Carrefour Brasil informou que, desde a última quinta-feira (21/11), as entregas de carne bovina nas lojas do Grupo não ocorreram conforme programadas e que, desde então, experimentam desabastecimento de alguns cortes nas lojas Atacadão de algumas regiões. Apesar disso, ‘não houve, até o momento, impacto relevante nas operações de venda de mercadorias”, diz o comunicado. Segundo a companhia, carnes bovinas representam menos de 5% das vendas brutas do Grupo Carrefour Brasil.
Fontes ligadas a empresas de carnes afirmam que a carta publicada deve ser suficiente e as vendas retomadas.
*Colaborou Rafael Walendorff, de Brasília
Fonte: Globo Rural