Carta Aberta enviada ao governo federal pelo “Movimento pela Retomada do Setor Sucroenergético”
29-01-2015

Documento foi apresentado ao final de ato público pela retomada do setor sucroenergético; manifestação reuniu 15 mil pessoas em Sertãozinho e interrompeu duas importantes rodovias da região

MOVIMENTO PELA RETOMADA DO SETOR SUCROENERGÉTICO


Já foram muitas as tentativas realizadas pelas diversas entidades representativas do Setor Sucroenergético, para sensibilizar o Governo das dificuldades de sobrevivência diante das políticas macroeconômicas implementadas nos últimos anos. Mesmo diante da importância estratégica das reivindicações do setor, e dos esforços das autoridades em atendê-las, nenhuma dessas iniciativas impediu que essa crise inédita nos alcançasse.

Entendemos, por exaustão, que a solução para buscarmos o respeito que o setor precisa para sobreviver, é colocar estas reivindicações, através dos trabalhadores, que mais sofrem esses impactos.

Este setor, que representa 2,5 milhões de empregos e envolve mais de 10 milhões de brasileiros, distribuídos em mais de 1.000 municípios, conta com mais de 80 mil fornecedores de cana e 4 mil indústrias de base, está vivendo momentos de grande risco.

Por isso, este movimento, promovido no coração da cadeia produtiva, tem o objetivo de denunciar que já são mais de 80 usinas fechadas, além do prejuízo da produção de combustíveis e energia, o que significa também, o estrangulamento de centenas de indústrias de equipamentos, serviços e comércio, que sobrevivem desta cadeia produtiva, e que já provocaram mais de 300 mil demissões.

É necessário que as autoridades ouçam o que temos a dizer, e tomem ações indispensáveis:

1. Medidas que garantam a justa remuneração do etanol aos seus produtores, via políticas transparentes de preços públicos, que recuperem o equilíbrio econômico-financeiro de sua industrialização;

2. Medidas que possibilitem a recuperação da oferta agrícola de açúcar, com preços justos aos seus fornecedores, e que permitam resgatar a produtividade dos canaviais, prejudicados pela falta de investimento, além das enormes perdas com o rigor climático das últimas quatro safras;

3. A valorização das externalidades do etanol na montagem da matriz energética brasileira e nas regulações do mercado de combustíveis, com uma expectativa clara e transparente da produção do álcool carburante que o Brasil necessita;

4. A priorização da cogeração de energia elétrica a partir das usinas, no interesse energético nacional, com leilões específicos por região e fonte, contribuindo, assim, a minimizar os apagões fósseis e hídricos;

5. Investimento em tecnologia, por parte da indústria automotiva, que aumente a eficiência do etanol nos motores flex;

6. Investimentos públicos na retomada do crescimento, buscando recuperar a participação percentual do setor sucroenergético no PIB nacional;

7. Projetos socioeconômicos de qualificação e requalificação, para recuperação de 300 mil postos de trabalho fechados ao longo dos últimos anos.


Sertãozinho, 27 de janeiro de 2015

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