Chuva antecipa fim da safra e moagem da Tereos atinge 19,7 mi de t em 2015/16
15-12-2015

As chuvas constantes no Estado de São Paulo e no Centro-Sul do País desde o início de novembro obrigaram a Guarani a encerrar o processamento da safra 2015/2016 de cana-de-açúcar com uma moagem total de 19,7 milhões de toneladas nas sete usinas sucroenergética.

O volume deve ficar um pouco abaixo das 20 milhões de toneladas moídas na safra anterior, mas as cerca de 400 mil toneladas "de cana em pé", que não foram cortadas, farão com que a companhia, controlada pela Tereos Internacional e pela Petrobras, antecipe para abril o início da safra 2016/2017.

"A safra transcorreu muito bem até o início de novembro, quando começaram as chuvas em excesso e decidimos encerrá-la. Vamos deixar um pouco de cana em pé para começar mais cedo a safra no ano que vem", disse ao Broadcast Agro o diretor da divisão Brasil da Tereos Internacional, Jacyr Costa Filho.

Indagado sobre a intenção de fechamento de capital da Tereos Internacional na BMF&Bovespa, Costa se limitou afirmar que decisão nada impactará no conglomerado de usinas e emendou: "Nós acreditamos no Brasil e vamos seguir investindo no País", explicou o executivo durante o evento que marca o encerramento da safra da Guarani, em Barretos (SP).

Aporte da Petrobras na Guarani

Jacyr Costa Filho também afirmou que o aporte feito em outubro pela Petrobras na Guarani, de R$ 268,1 milhões, "foi um sinal claro" que a estatal "quer continuar na Guarani". O aporte, feito em outubro, foi o último da Petrobras na subscrição de ações e garantiu a participação de 45,9% na empresa sucroenergética. A Tereos Internacional tem os 54,1% restantes. "O resto é especulação", emendou Costa sobre o possível interesse da Petrobras sem se desfazer de ativos que não sejam da área de petróleo.

O executivo avaliou, ainda, que o cenário de preços do açúcar e do etanol é muito positivo e deve continuar assim no próximo ano. "O etanol tem demanda recorde, o consumo chegou a atingir 1,7 bilhão de litros mês de consumos só de hidratado e devemos ter boa safra no ano que vem tanto de demanda quanto remuneração ao produtor. O açúcar tem um déficit mundial depois de cinco anos, o câmbio melhorou e o cenário é de reversão de expectativa", disse. "A expectativa não é a melhor possível, mas é muito melhor que a que tínhamos no ano passado", concluiu.