Chuva em excesso atrapalha fim de safra na região Centro-Sul
13-01-2016

Quantidade de chuva nos primeiros dias de janeiro batem média histórica


Na semana passada, a Datagro Consultoria informou que ainda há 45 unidades sucroenergéticas em safra, a maioria deve finalizar a colheita até o começo de março, porém, três devem emendar as safras 2015/16 e 2016/17. “Mas a continuidade da moagem vai depender muito das condições climáticas, se chover muito neste período, as unidades terão dificuldades para colher a cana e retirá-la do campo”, alertou Plínio Nastari, presidente da Datagro.

É justamente isso o que vem ocorrendo, chuvas em excesso na região Centro-Sul. No Paraná, mais de 18 estradas estão interditadas. A cidade de Londrina já bateu a média histórica de chuva de todo o mês de janeiro, que é de 219 milímetros. No Mato Grosso do Sul, 25 cidades estão em estado de emergência.
No interior paulista, na região de Ribeirão Preto, maior produtora de cana do Brasil, as chuvas que caem nos primeiros dias de janeiro já superam o total de precipitações do mesmo mês de 2015. Enquanto no ano passado foram registrados 132.8mm nos 31 dias, em 2016 a cidade já contabiliza 147.3mm - um aumento de 11% em apenas duas semanas. É o que mostram os dados fornecidos pela Coordenadoria Estadual da Defesa Civil.

A média prevista para o primeiro mês do ano é de 308.7 mm, sendo que, em janeiro de 2015 as precipitações não chegaram à metade. A previsão do tempo, fornecida pelo Climatempo, indica que a chuva continuará a atingir a cidade.

De acordo com o meteorologista do Climatempo, César Soares, a mudança no clima não é repentina. “O mês de janeiro é climatologicamente chuvoso. Como não há mais a presença de bloqueios atmosféricos como nos anos de 2013, 2014 e 2015, a chuva ocorre normalmente”, aponta.

O meteorologista afirma que o tempo instável atual se deve à formação de um sistema de baixa pressão atmosférica próximo à costa paulista. “Esse sistema favorece a formação de nuvens carregadas e por consequência as pancadas de chuva. Essa situação é relativamente comum nos verões, em que temos chuva e até mesmo a queda de temperatura”, afirma.

Soares explica que devido à estação em que estamos, o El Niño - fenômeno que realiza alterações significativas em um curto tempo de duração na distribuição da temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico -, está potencializando as chuvas na cidade. “Levando em conta que a média histórica de chuva dos últimos 30 anos em Ribeirão Preto é de 311 mm em janeiro, é normal chover sim. Acontece que estamos sobre influência do El Niño e agora no verão esse fenômeno está potencializando as chuvas na região de Ribeirão Preto”, declara.
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