Chuva inunda a cidade e alaga canavial em Lençóis Paulista
15-01-2016
Desde os últimos meses de 2015, a chuva tem sido intensa na região de Lençóis Paulista, o que levou a agrícola Rio Claro a deixar em pé 85 mil toneladas de cana. “Nossa produção na safra 2015/16 foi de 635 mil toneladas, mas colhemos 550 mil, pois o excesso de chuva fez com que encerrássemos a colheita antecipadamente”, conta Luiz Carlos Dalben, diretor da Agrícola Rio Claro e presidente da Ascana (Associação dos Produtores de Cana do Vale do Tietê).
De acordo com Dalben, bisar a cana em decorrência da chuva não foi uma exclusividade da Rio Claro, mas dos fornecedores do Grupo Zilor, no total, 800 mil toneladas de cana ficaram no campo deixando de seguir para as duas unidades do Grupo na região. “Houve mais de 50 dias de parada em 2015 por causa das chuvas”, informa Dalben. Até mesmo o recolhimento de palha para a produção de energia na Zilor está interrompido desde dezembro.
Mas neste início de janeiro, o volume de água que caiu na região foi superior ao esperado pela Defesa Civil. Residências e pontos comerciais ficaram alagados e lojistas tiveram grande prejuízo com mercadorias. A Defesa Civil de Lençóis havia registrado 190 milímetros de chuva entre sábado (9) e segunda-feira (11).
No entanto, na quarta-feira (13), a situação ficou mais crítica, de acordo com o Corpo de Bombeiros, a água da represa estourou em Borebi e desceu para Lençóis Paulista. Inundando a cidade e desalojando 150 famílias. Moradores tiveram que ser resgatados pelo Corpo de Bombeiros, perderam móveis, alimentos e houve até uma morte.
Em nota, a prefeitura e a Defesa Civil informaram que a chuva acima de 200 milímetros em toda a bacia do rio Lençóis ficou com o volume de água acima e várias represas se romperam. O acumulado dos últimos cinco dias ultrapassa os 300 milímetros, acima da média para o mês de janeiro, que é de 225 milímetros, segundo o Cepagri - Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura, da Unicamp.
“A situação ficou crítica. A água invadiu a cidade e até os canaviais foram inundados, há pontos com mais de um metro de água. Cana gosta de água, mas não em excesso”, diz Dalben.
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