Chuvas fortes e rajadas de vento tombam canaviais em várias regiões do Centro-Sul
12-05-2015

A Revista CanaOnline recebeu o registro de que as chuvas que caíram sobre o Centro-Sul do Brasil, especialmente no último final de semana, tombaram os canaviais de vários produtores da região. O diretor agrícola da Fazenda Bom Retiro, Sílvio Sarpa, enviou fotos de cana-de-açúcar tombada em Artur Nogueira e Cosmópolis, na região de Campinas, SP. “Tivemos chuva de 50 mm e vento de até 95 km/h em Campinas”, relata.

A chuva e o vento também causaram estragos em outras áreas canavieiras do estado. Segundo a engenheira agrônoma Juliana Medeiros, “na região de Araçatuba/Lins também tombou tudo”. Em Palmital, a cana “acamou muito”, relata Rogério Pereira. Em Andradina, não foi diferente: “tombou tudo também”, diz Diego Deliberto.

Mas o problema não ficou apenas no estado de São Paulo. Franklin Costa, da Nova Fronteira Bioenergia, conta que em Quirinópolis, em Goiás, o resultado das chuvas “foi um arraso”. No Triângulo Mineiro, João Ulisses – morador de Centralina, MG - diz que a precipitação “deitou quase toda a cana”. Não muito longe dali, em Frutal, MG, Andre Bala compara os canaviais com “um tapete”.
No Paraná, “a coisa também foi feita”, diz Diogo Maioli. Segundo João Paulo Pinto, é possível enxergar de longe os estragos das chuvas e do vento em Umuarama, PR. Ele conta que, no trajeto entre Tapejara e Umuarama, é possível ver a cana tombada da rodovia.

EL NIÑO E FLORESCIMENTO

Na região de Ribeirão Preto, SP, as chuvas intensas, acompanhadas de rajadas de vento muito fortes, também deitaram os canaviais. Agora, “os prejuízos serão sentidos no decorrer da safra com o aumento das impurezas vegetais nas cargas de matéria-prima transportada até a indústria e na redução do teor de sacarose na cana”, explica Dib Nunes, diretor do Grupo IDEA. “Em algumas localidades próximas a Ribeirão Preto o vento foi tão forte que chegou a arrancar touceiras de cana nas bordas dos canaviais.”

Ele afirma que o teor de sacarose poderá ser baixo neste primeiro trimestre da safra devido ao fenômeno El Niño, que está em processo de formação. A previsão é de ocorrência de mais chuvas do que as médias históricas no período. "Somente neste último final de semana choveu na região de Ribeirão Preto cerca de 50 mm, o que paralisou a safra em todas as localidades num raio de 200 km. Se tivermos uma safra muito chuvosa, ao contrário dos anos anteriores, teremos sobra de cana sem colher."

Os teores médios de ATR acumulados até a presente data nesta região ainda não alcançaram 110 quilos por tonelada, principalmente para aquelas empresas que iniciaram a safra muito cedo.
Os canaviais necessitarão de uma colheita mais pausada e com elevada qualidade. Para isso, Nunes explica que as máquinas precisam ter regulagens e velocidade controladas para não causarem mais danos às lavouras.
Além disso, o diretor do Grupo IDEA relata que há uma previsão de elevado florescimento da cana em toda a região Centro-Sul em função da quantidade de chuvas que caíram nos últimos três meses. "As empresas precisarão estar atentas a todos estes detalhes para minimizar as perdas e realizar uma boa safra."

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