Ciclo da cana-de-açúcar: matéria- prima é 100% aproveitada no setor sucroenergético
15-12-2021

Foto: Tereos/Divulgação
Foto: Tereos/Divulgação

Conheça os principais produtos e subprodutos gerados pelo recurso natural em todo o ciclo produtivo.

Por Tereos

A cana-de-açúcar é uma das principais culturas do agronegócio brasileiro. De origem asiática, a cana foi trazida ao país no século 16 pelos portugueses e o seu cultivo era, inicialmente, voltado para a produção de açúcar. No início do século 20, começaram as primeiras experiências em relação ao etanol como combustível. De lá para cá, a cana passou a ter um aproveitamento recorde no setor sucroenergético, de praticamente 100%. Apenas algumas partículas residuais e impurezas do campo, como a terra, ficam de fora do processo.

Assim, o valor da cana está além de seus produtos. Toda a cadeia de produção é um grande exemplo de economia circular, pois é uma cultura que já tem em sua essência o reaproveitamento e diversas aplicações, até mesmo para seus resíduos, que viram produtos essenciais.

Na Tereos, segunda maior produtora de açúcar do Brasil e do mundo com sete unidades industriais na região noroeste de São Paulo, a cana-de-açúcar é matéria-prima para três produtos: açúcar, etanol e energia. Ela gera também outros sete coprodutos: água, bagaço, biogás, levedura seca, palha da cana, torta de filtro e vinhaça, que são aproveitados na produção e até mesmo comercializados. Conheça a seguir a jornada da cana, do cultivo aos seus derivados.

Do campo à indústria

O ponto de partida da cana-de-açúcar é no canavial. Na lavoura, é plantada, cultivada e colhida. Ali, ela já começa seu ciclo virtuoso e de reaproveitamento, pois a partir de seu próprio caule conhecido como soqueira, forma-se uma nova planta.

Do plantio ao primeiro corte são 18 meses. Graças à capacidade da rebrota, pode ser colhida, em média, quatro vezes, com cortes ocorrendo a cada 12 meses – um a cada safra. Durante a colheita, é gerado um resíduo: as folhas da cana ou palha, que também vai para a usina junto com a planta.

Após a colheita, a cana segue para a indústria, onde será processada para a produção de seus principais produtos: açúcar, etanol e energia. Antes disso, passa por algumas etapas, como a pesagem e a análise da qualidade em laboratório.

Na sequência, ocorre a separação da palha e o preparo da cana para deixá-la em condições perfeitas para a extração do caldo, na moenda ou nos difusores. Nesse processo, sobra o bagaço que segue para a caldeira junto à palha, que foi recuperada na colheita e separada na recepção.

Produtos

Na caldeira, é obtido o primeiro produto da transformação da cana: a energia. Com a queima do bagaço e da palha são geradas duas formas de energia: a térmica – para suprir a demanda de vapor no processo –, e a elétrica – utilizada na unidade industrial ou comercializada para as concessionárias de energia.

Já o caldo que foi extraído da cana pode seguir para dois processos: produção de etanol e/ou de açúcar, conforme a decisão de cada usina. O processo produtivo do etanol começa com a fermentação, em que a levedura (um fungo) é incorporada ao caldo e transforma os açúcares em etanol e forma o vinho, como é conhecido o caldo da cana fermentado. O passo seguinte é a destilação, em que é obtido o etanol hidratado, utilizado diretamente em nossos veículos, e o etanol anidro, que no Brasil é misturado à gasolina. Após armazenagem nos tanques da usina, o combustível segue para as distribuidoras.

Após a destilação do etanol, o vinho passa à vinhaça, um subproduto rico em nutrientes, reaproveitado em outras atividades da produção. Para produzir açúcar, o caldo é enviado para a etapa de cozimento, onde se formam os cristais de açúcar. No processo, ocorre a evaporação da água, que representa cerca de 70% da cana – reaproveitada na operação. Do processo, o excedente é a torta de filtro, composta pelo resíduo do caldo não aproveitado para o açúcar, mas que segue para o campo na forma de insumo agrícola.

Coprodutos

A levedura, excedente da produção de etanol, é processada para a obtenção da levedura seca. Atualmente, esse resíduo transformado é vendido pela Tereos e exportado para mais de 65 países como matéria-prima para ração animal, por ser rico em aminoácidos, vitaminas do complexo B e proteínas.

A vinhaça, obtida na destilação do vinho, tem dupla destinação. O primeiro uso é em um biodigestor para a geração do metano, também conhecido como biogás, que pode ser utilizado no abastecimento de motores à combustão ou na geração de energia elétrica.

Após a geração de metano, a vinhaça continua produtiva e funciona como um fertilizante na lavoura, sendo rica em potássio e matéria orgânica. Assim como a vinhaça, a torta de filtro auxilia a nutrição das plantas no canavial.

Curiosidades

  • Da colheita da cana na lavoura ao açúcar refinado pronto são gastas aproximadamente 20 horas. Já o etanol é produzido, em média, de 20 a 30 horas, quando considerado do corte à finalização.
  • A Tereos produz mais de dez tipos diferentes de açúcar, como refinado, cristal, natural demerara, cristal orgânico e refinado granulado.
  • Entre eles existem os açúcares voltados para uso industrial, como o VHP, sigla em inglês para Very High Polarization. É o açúcar bruto, pouco processado e exportado para virar refinado em outros país. Também é utilizado na indústria de construção na fabricação de concreto.
  • Já o açúcar invertido é bastante empregado em indústrias alimentícias, onde a sua coloração não interfere na qualidade do produto, como panificação, geleias, sorvetes, laticínios, frutas cristalizadas, sucos, recheios, licores, biscoitos e balas, por exemplo.

Acompanhe as ações da companhia: www.tereos.com.br

Do site: G1