Ciclone extratropical pode causar tornados no RS e ventos de até 115 km/h em SP
07-11-2025
Sistema se forma no Sul nesta sexta, 7, e avança para o Sudeste; Defesas Civis das duas regiões emitem alerta e anunciam ação integrada
Por Paloma Santos | Brasília
O ciclone extratropical que se forma nesta sexta-feira, 7, no Sul do País, deve provocar tempestades severas, ventos extremos e chuvas volumosas em várias regiões do País. Órgãos estaduais e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) alertaram para risco de tornados, queda de granizo e alagamentos.
Como o sistema deve se deslocar pelos estados do Sul em direção a São Paulo, as Defesas Civis do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro anunciaram que vão atuar de forma integrada.
Durante a evolução do sistema, os Centros de Monitoramento dos quatro órgãos compartilharão informações em tempo real para acompanhar o deslocamento do ciclone e seu comportamento em cada Estado, visando aumentar a acurácia das ações preventivas e de resposta.
Risco elevado no Rio Grande do Sul
A Defesa Civil gaúcha informou que o sistema pode causar rajadas acima de 100 km/h, chuvas intensas e granizo de grande porte nas regiões noroeste, norte e nordeste do Estado. O órgão destaca o “potencial para tornados” até a manhã desta sexta, 7.
Área com alerta vermelho para o Rio Grande do Sul
Fonte: Inmet
Também pode ocorrer chuva intensa e granizo de grande porte isolado em toda metade norte do Estado. Os acumulados oscilam entre 60 mm/dia e 100 mm/dia, podendo atingir os 150 mm/dia na região Central. Esses acumulados devem ocorrer em um período de 6h a 12h, entre a madrugada e início da tarde de sexta.
Nas demais regiões, os volumes variam entre 10 mm/dia e 80 mm/dia. As rajadas de vento oscilam entre 50 km/h e 85 km/h no território gaúcho e podem ultrapassar os 100 km/h entre o Litoral Médio e Norte e áreas próximas da Costa Doce.
“O sistema tem características severas e pode provocar danos significativos, como destelhamentos e queda de árvores”, afirmou o coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Júlio César Rocha Lopes, em comunicado oficial.
O Inmet emitiu dois alertas de grande perigo — um para ventos intensos e outro para acumulados elevados de chuva — válidos até a noite de sexta-feira. A tendência é que, no domingo, 9, uma área de alta pressão favoreça o retorno do tempo estável, com presença de sol e variação de nebulosidade.
Previsão de acumulados de chuva para o RS
Fonte: Defesa Civil RS
Ventania e gabinete de crise em São Paulo
Em São Paulo, a Defesa Civil estadual prevê rajadas de até 115 km/h no litoral norte, 110 km/h na Baixada Santista e no Vale do Ribeira, e até 100 km/h em Campinas, Sorocaba e na Região Metropolitana. O órgão anunciou a mobilização do gabinete de crise para monitorar os efeitos do sistema e adotar medidas emergenciais.
“Ventos acima de 70 km/h já são suficientes para causar destelhamentos e quedas de árvores. Com rajadas acima de 100 km/h, o risco de danos é elevado”, informou a Defesa Civil em nota.
A previsão inclui chuvas fortes e descargas elétricas, especialmente entre a tarde de sexta e a madrugada de sábado. As rajadas previstas chamam atenção pela intensidade e podem causar danos, sobretudo em áreas urbanas e litorâneas.
A previsão indica:
- 115 km/h no Litoral Norte;
- 110 km/h na Baixada Santista, Vale do Ribeira e Região de Itapeva;
- 100 km/h na Região Metropolitana de São Paulo, Campinas, Sorocaba, Vale do Paraíba e Serra da Mantiqueira;
- 95 km/h nas regiões de Presidente Prudente, Marília, Araçatuba, São José do Rio Preto, Barretos, Franca, Ribeirão Preto, Bauru e Araraquara.
Acumulados de chuva em SP
Segundo os meteorologistas da Defesa Civil, as chuvas tendem a ser fortes e rápidas. Os acumulados previstos variam por região:
- Médio: região metropolitana da capital, Vale do Ribeira, Itapeva, Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira, Baixada Santista e Litoral Norte;
- Alto: Araçatuba, São José do Rio Preto, Barretos, Franca, Ribeirão Preto, Bauru e Araraquara;
- Muito alto: Presidente Prudente e Marília.
O cenário pode provocar alagamentos pontuais, enxurradas rápidas e ocorrências relacionadas à instabilidade de encostas, especialmente em áreas de risco previamente mapeadas.
Fonte: Estadão

