Cléria Balduíno Souza enfrentou até assédio, mas não desistiu e venceu no mundo do agro

06-06-2025

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“Mulher, preta, de baixa renda e sem vínculos com o agro. Como não seria difícil?” É assim que Cléria Balduíno Souza responde à pergunta sobre como foi o início de sua carreira profissional. Natural de Uberlândia-MG, ela nasceu em uma família simples, mas de muita força. Sua mãe, manicure, dividia o tempo entre o trabalho, os cuidados com os três filhos e os afazeres de casa, enquanto seu pai, carreteiro, foi um exemplo de garra, perseverança e compromisso com o trabalho. "Eles são minha base! Da minha mãe trago o amor, os valores, a entrega genuína a tudo que faço, e do meu pai, a determinação incansável, a resiliência, o cuidado com os que me cercam. Sem dúvida alguma, foram nessas raízes onde obtive o meu melhor diploma, eles formaram minha estrutura e me ensinaram a perseguir meus objetivos e a buscar resultados concretos."

“Nos poucos momentos de lazer, quando a família toda se reunia, gostávamos de acampar, pescar e nos conectar a natureza. Sem acesso a clubes recreativos, fui inspirada por essas experiências de infância simples ao ar livre, desenvolvendo uma admiração profunda com o campo e que fez brotar a luz pela agricultura”.

Em 2001, formou-se em Agronomia pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Desde o início do curso, sabia que sendo mulher, negra e sem vínculo com agricultura, o sucesso exigiria mais do que o diploma. Enquanto graduanda, buscou se diferenciar com estágios extracurriculares, cursos complementares, e especializações que a levaram a ocupar logo um espaço no mercado de trabalho, especialmente na área comercial, da qual ela tinha bastante interesse.