Co-geração de energia foi um excelente negócio para as unidades sucroenergéticas na safra 2021/22
21-03-2022

Na safra 20/21 o preço médio do megawatt/hora (Mwh) foi de R$ 272,00, no ciclo 21/22 chegou a R$ 420,00, já o custo do (Mwh) subiu de R$ 3,41, para R$ 3,68

No País, a cogeração já conta com 635 usinas, totalizando 19,57 GW de capacidade instalada — o que corresponde a 10,8% matriz elétrica brasileira (182,4 GW). Isso equivale a 1,4 vezes o total da capacidade instalada da usina hidrelétrica de Itaipu. Segundo informações da Cogen (Associação da Indústria de Cogeração de Energia) divulgadas na última semana.

A produção de energia movida a bagaço de cana-de-açúcar conta com 11.941MW instalados, representando 60,6% do total. Em segundo está o licor negro, com 3.205 MW instalados (16,3%), enquanto a cogeração a gás natural tem 3.152 MW instalados (16%). A cogeração derivada de cavaco de madeira chega a 846 MW instalados (0,8%) e a produzida com biogás detém 369 MW instalados (0,4%). Outras fontes somam 193 MW instalados e completam o quadro (0,2%).

“A cogeração de energia é de enorme importância para o País. É resiliente, eficiente e distribuída, com produção próxima dos pontos de carga. Na Cogen, entendemos que a cogeração possa ser mais bem incentivada. Estamos trabalhando em tratativas com os órgãos competentes para que as distribuidoras de energia possam realizar chamadas públicas e contratar até 10% de sua carga de energia a partir da cogeração. Desse modo, poderão reforçar sua oferta e proporcionar uma energia de maior qualidade para os consumidores”, explica o presidente executivo da Cogen, Newton Duarte.

“Entendemos que a cogeração a biomassas, em particular, tem uma série de atributos que poderiam ser mais bem reconhecidos no planejamento energético do País -- é competitiva, renovável e distribuída – sendo gerada perto dos principais pontos de consumo – e tem potência, o que é fundamental para uma matriz mais equilibrada”, destaca Duarte.

De acordo com o diretor de Tecnologia e Regulação da Cogen, Leonardo Caio Filho, a cogeração a biomassas tem sido fundamental para a segurança energética do País. “A cogeração ajuda a poupar 14 pontos percentuais do nível dos reservatórios das hidrelétricas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que representa o principal mercado consumidor do País. E um dos principais atributos da cogeração é justamente o fato de que o período de maior produção das usinas de açúcar e etanol ocorre na safra entre os meses de abril e novembro, exatamente no período seco.”

A co-geração de energia foi um excelente negócio para o setor sucroenergético na safra 21/22, salientou João Rosa, o popular Botão, coordenador de Projetos do Pecege, pois, na safra 20/21 o preço médio do megawatt/hora (Mwh) foi de R$ 272,00, no ciclo 21/22 chegou a R$ 420,00, já o custo do (Mwh) subiu de R$ 3,41, para R$ 3,68.

A geração pelo setor sucroenergético representou 79,5% da produção total da bioeletricidade ofertada à rede em 2021. Dentre as 367 usinas de açúcar e etanol em operação em 2021, 221 comercializaram eletricidade (60% do total de usinas).

Fonte: CanaOnline