Cocal eleva lucro em 1% na temporada 2023/24
21-06-2024

Receita líquida da Cocal aumentou 7,5% em 2023/24, para R$ 2,6 bilhões — Foto: Wenderson Araujo/CNA
Receita líquida da Cocal aumentou 7,5% em 2023/24, para R$ 2,6 bilhões — Foto: Wenderson Araujo/CNA

Aumento da moagem e maior mix açucareiro reforçaram resultados operacionais

Por Camila Souza Ramos — São Paulo

A Cocal, uma das principais sócias da Copersucar, com duas usinas no interior paulista, encerrou a safra 2023/24 com um lucro líquido de R$ 438 milhões, 1% acima do registrado na temporada anterior. Segundo a empresa, o resultado foi assegurado pela melhora operacional, com aumento de produtividade dos canaviais e maior direcionamento da cana para o açúcar.

Beneficiada pelo clima favorável de 2023, a companhia teve um recorde de moagem de cana, de 8,8 milhões de toneladas, 4,3% acima da safra anterior. Com mais matéria-prima, a Cocal aumentou a produção de açúcar e etanol e diluiu custos.

A receita líquida da Cocal aumentou 7,5%, para R$ 2,6 bilhões, enquanto o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado subiu 9,7%, a R$ 1,5 bilhão, elevando em 1 ponto percentual a margem Ebitda.

A melhora dos resultados derivou sobretudo do negócio de açúcar, com uma produção que cresceu 7,7%, para 721 mil toneladas, enquanto a fabricação de etanol subiu 3,1%, a 287 milhões de litros. Como parte de sua estratégia de diversificação, a Cocal também teve receitas com a venda de biometano, levedura seca e gás carbônico para indústria.

Aposta no açúcar

Para esta safra, o plano da Cocal é aumentar a aposta em açúcar, com um investimento de R$ 25 milhões para retirada de gargalos da fábrica. A empresa quer aumentar o mix açucareiro em 2%, e elevar sua produção para 740 mil toneladas, disse Luiz Scartezini, CEO da Cocal.

Como a companhia deve ser afetada pela seca no Centro-Sul, esse avanço deve se dar em detrimento da produção de etanol hidratado, segundo ele. A projeção é que a moagem fique entre 8,4 milhões e 8,8 milhões de toneladas, e dadas as condições atuais de clima, a expectativa é que o volume fique “no centro” desse intervalo.

A Cocal também espera concluir neste ciclo a construção de sua segunda planta de biometano, que deve entrar em operação na próxima safra. Na safra passada, o biometano gerado na unidade de Narandiba (SP) foi vendido a clientes e também substituiu o consumo de 3% do diesel usado em sua frota própria (700 mil litros), gerando economia de R$ 1,4 milhão. O objetivo, disse Scartezini, é substituir o consumo próprio de 30 milhões de litros de diesel.

Atualmente, o biometano é usado em caminhões leves e em motores de outras operações, como em motobombas de fertirrigação e na secagem de leveduras. Em julho a empresa receberá um protótipo de motor de alta potência.

Apesar dos investimentos em curso, o diretor financeiro da Cocal, Ailton Leite, ressaltou que não houve comprometimento da dívida. Pelo contrário, com mais geração de caixa, a alavancagem saiu de 0,97 vez na safra anterior para 0,89 vez na última safra.

Fonte: Globo Rural