Colheita de cana em São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul sofreu com as chuvas na primeira quinzena de julho
29-07-2015

 

A safra de cana-de-açúcar está muito boa no Mato Grosso do Sul, inclusive com reação do índice de produtividade. No estado, a safra é quase 20% maior do que o ciclo passado. Mas um problema foi a primeira quinzena de julho, que teve a pior produção das últimas cinco safras por conta do índice de chuvas. Foram 97 mm na região produtora de cana no estado, mais do que o dobro da média dos últimos 10 anos. As chuvas atrapalharam tanto a moagem das usinas que ficaram, em média, 12 dias paradas.
No Paraná e em São Paulo as chuvas também prejudicaram o ritmo da colheita de cana. Resultado: neste ano, na média do Centro-Sul, houve uma queda de 29,31% sobre as 41,4 milhões de toneladas processadas na primeira quinzena de julho de 2014, e uma retração de 37,2% em relação à quantidade de cana esmagada na última quinzena de junho deste ano, segundo dados divulgados pela Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar).
Segundo o diretor técnico Unica, Antonio de Padua Rodrigues, “essa redução da moagem na primeira quinzena de julho se deve ao excesso de chuvas que atingiram importantes áreas canavieiras no Centro-Sul, principalmente aquelas localizadas nos Estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo”.

Rodrigues destaca que, “caso o clima mais chuvoso persista nas próximas quinzenas, a dificuldade de operacionalização da colheita e a piora na qualidade da matéria-prima poderão levar a uma safra menor do que aquela inicialmente prevista, mesmo assumindo um período de moagem mais longo do que o normal”. Para atingir as 590 milhões de toneladas de cana-de-açúcar estimadas em abril para o Centro-Sul, as unidades produtoras precisarão colher 35 milhões de toneladas adicionais no comparativo com a safra anterior ao longo das próximas quinzenas, afirma o executivo.
E os números mostram que a qualidade da matéria-prima está em queda. Nos primeiros 15 dias de julho, a quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) atingiu 132,31 kg por tonelada de matéria-prima, 4,99% inferior ao valor apurado no mesmo período do último ano (139,27 kg de ATR por tonelada).
No acumulado desde o início da safra até 16 de julho, a concentração de ATR por tonelada de matéria-prima totalizou 122,48 kg, queda de 3,5% na comparação com os 126,93 kg registrados na mesma data de 2014.

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