Com cinco plantas em construção, E2G da Raízen vai muito bem
31-05-2023

Na safra passada, planta de E2G da Raízen, localizada em Piracicaba/SP, produziu um volume recorde: 30,3 milhões de litros de etanol de segunda geração. Divulgação Raízen
Na safra passada, planta de E2G da Raízen, localizada em Piracicaba/SP, produziu um volume recorde: 30,3 milhões de litros de etanol de segunda geração. Divulgação Raízen

Novas unidades devem entrar em operação até 2025. Expectativa para 2030 é de 20 plantas em pleno funcionamento

Por Leonardo Ruiz

Se havia dúvida de que a operação de etanol de segunda geração (E2G) da Raízen era viável, não há mais. Durante o “Raízen Day”, o CEO da companhia, Ricardo Mussa, tratou de afirmar que a tecnologia está validada e replicável. “Na época do IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês), tínhamos dez contratos. Hoje, estamos em 45. Sem dúvida, o E2G se tornou um dos grandes pilares dos negócios da Raízen.”

A história da companhia com o etanol de segunda geração – também chamado de etanol celulósico – começou em 2015, com a inauguração da primeira planta em escala comercial do mundo, localizada no Parque de Bioenergia da Costa Pinto, em Piracicaba/SP. Após um início turbulento e de ajustes na operação, a Raízen parece ter encontrado o caminho certo, saindo de 16,5 milhões de litros de E2G produzidos em 2018/19 para o volume recorde de 30,3 milhões de litros na safra passada.

De acordo com Mussa, esses números mostram que o risco do E2G caiu muito ao longo dos últimos anos. “Hoje, nossa operação está completamente ajustada, seja nos processos internos, pessoas, equipamentos, insumos críticos e rede de parceiros. Esse é um projeto que a cada dia que passa fica melhor”, frisou.

Ambiciosas, as metas futuras foram apresentadas por Francis Queen, vice-presidente executivo de renováveis e açúcar da Raízen. Segundo ele, das oito plantas já vendidas, cinco estão em fase de construção, sendo uma delas com previsão de entrega para o segundo semestre deste ano.

“Devemos inaugurar a planta do Parque de Bioenergia Bonfim, de Guariba/SP, entre agosto e outubro deste ano. Em 2024, o objetivo é iniciar a operação das plantas da Barra (Barra Bonita/SP) e Univalem (Valparaíso/SP). Já em 2025, será a vez das plantas da Vale do Rosário (Morro Agudo/SP) e Gasa (Andradina/SP).”

Com 20 plantas em operação até o final da safra 2030/31, Raízen deverá produzir um adicional de 1,6 bilhões de litros de etanol sem que seja necessário plantar um hectare a mais de cana-de-açúcar

Divulgação Raízen

O executivo salienta que cada nova unidade terá uma capacidade produtiva de 82 milhões de litros por safra, e um CAPEX de R$ 1,2 bilhão por planta. “Todo esse poder produtivo será possível graças as tecnologias que estão sendo incorporadas, superiores às encontradas na planta piloto de Piracicaba.”

A longo prazo, a expectativa da Raízen é contar com 20 plantas em operação até o final da safra 2030/31. Caso concretizado, esse cenário resultará em uma produção total de 1,6 bilhões de litros de E2G sem que seja necessário plantar um hectare a mais de cana-de-açúcar. “Adicionaremos esse volume ao mercado utilizando apenas resíduos de um processo já existente. Dessa forma, além de figurar entre uma das melhores opções para descarbonização da matriz energética, essa tecnologia funciona como uma excelente fonte de receita e de estabilidade para nosso negócio.”

Sozinha neste “oceano de oportunidades”, a Raízen traça grandes planos para o futuro. Um dos focos de trabalho da companhia é encontrar um substituto para o bagaço utilizado atualmente na geração de energia elétrica e vapor de seus bioparques e, com isso, poder destinar toda sua biomassa para a produção de etanol celulósico, matéria prima que seria suficiente para abastecer mais de 40 plantas. “Acreditamos que o universo de E2G no mundo é 20 vezes maior do que aquilo que já exploramos. Por conta disso, nosso objetivo agora é aprimorar os processos para explorar todo esse potencial e dar ainda mais crescimento ao nosso negócio”, relata Francis Queen.