“Com inverno úmido, pode-se ter mais cana no fim da safra, mas não significa mais produto”, frisou diretor da São Martinho
13-05-2015

“O ano de 2014 deixou sequelas sérias no canavial”

Essa é a opinião de Mário Gandini, diretor agroindustrial da Usina São Martinho. Segundo ele, o primeiro terço de safra desse ano vai sentir mais o estresse herdado do ano passado, marcado por um déficit hídrico acentuado e outros problemas, como dificuldade no controle de ervas daninhas. Inclusive, para Marinho, essa cana aproveitou muito pouco as chuvas que ocorreram a partir de fevereiro de 2015.

No final de abril, Marinho fez uma projeção da safra 2015/16 da unidade da companhia localizada em Pradópolis, SP, durante reunião da Canaplan, em Ribeirão Preto. “A produtividade nas duas primeiras semanas de safra da unidade ficaram dentro da expectativa. Se houver algum ganho vai ser nos dois terços finais do ciclo”, cujos canaviais, segundo ele, podem ter tempo para aproveitar melhor a condição do clima.

Ao abordar o retorno do regime de chuvas em São Paulo, a partir de fevereiro de 2015, Marinho frisou que a precipitação registrada foi dentro do normal. E que, segundo ele, trouxe um complicador para o começo da safra: “em minha opinião, atrasou a maturação das canas de início de safra. Estamos começando abaixo da expectativa em teor de açúcar. Voltando à fisiologia, a cana está crescendo ainda. Aquilo que ela deixou de crescer em janeiro continua crescendo agora, mesmo as canas precoces. Percebemos que o palmito está muito longo, muito verde”, explicou.
Além disso, ele relata a expectativa concreta de florescimento dos canaviais. “Temos que ter muita habilidade para manejar as variedades que florescem até junho no máximo.”

ANO PASSADO

O diretor da São Martinho lembrou que a produtividade agrícola da unidade, no ano passado, foi muito baixa. Uma safra em que os problemas se multiplicaram. “Com as condições anormais de 2014, tivemos dificuldade grande do controle de ervas daninhas. Tudo o que foi feito no início da safra se perdeu”. Além disso, a unidade sofreu muito com a grande incidência de canaviais queimados após a colheita. Por isso, algumas áreas tiveram que ser renovadas, mas as que não foram deverão sofrer com a consequência.

Depois de um período tão difícil no ciclo 2014/15, a expectativa da São Martinho é de uma produtividade muito parecida nesse ano com a registrada na safra passada. “A safra, na verdade, já está feita agora e a expectativa é algo muito semelhante a 2014”, acentuou.

No entanto, Marinho destacou que se o ano não for muito típico pra região de Ribeirão Preto, com inverno mais úmido, “podemos ter mais cana no final de safra. Mas normalmente mais cana não significa mais produto. Pode levar mais cana, porém com ATR menor, e até encarece a safra.”

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