Com investimentos, energia gerada pela biomassa da cana pode ser ampliada em mais de 8 vezes até 2024
25-02-2016

De acordo com a Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar), estima-se que, em 2015, a geração de energia renovável e limpa pela biomassa tenha evitado a emissão de cerca de aproximadamente 10 milhões de toneladas de CO2, marca que seria atingida com o cultivo de 68 milhões de espécies nativas ao longo de 20 anos. 


Além disso, a alternativa da biomassa também levou à preservação de água nos reservatórios das hidrelétricas, já que o pico da geração oriunda da fonte biomassa ocorre em épocas marcadas por chuvas escassas. Em 2015, a oferta estimada de mais de 22 TWh pela biomassa ao Sistema Interligado Nacional ajudou a poupar 15% das águas nos reservatórios do submercado elétrico Sudeste e Centro-Oeste. Vale lembrar que a geração da biomassa tem como característica a produção previsível ao longo do ano, durante a safra sucroenergética. Dessa maneira, é possível contribuir para a segurança na gestão de um Sistema Interligado cada vez mais diversificado.

Apesar dos números significativos, o potencial de crescimento do setor sucroenergético para ampliar sua capacidade de fornecimento de energia ainda é enorme. Em 2014, das 355 unidades produtoras sucroenergéticas do país, apenas 177 unidades exportaram o excedente de energia gerado a partir do bagaço e da palha da cana. Ou seja, metade das unidades sucroenergéticas, que hoje já cumprem um papel importante de autoprodutoras de energia, podem receber investimentos que promovam o chamado retrofit das usinas, tornando-as exportadores de energia limpa e sustentável para o SIN.

Segundo Elizabeth Farina, presidente da UNICA, com investimentos na modernização das unidades fabris e o pleno aproveitamento da biomassa sucroenergética, será possível ampliar em mais de oito vezes o volume oferecido à rede pela bioeletricidade até 2024 (comparado com a oferta em 2014).

“Hoje, o setor já tem papel fundamental no fornecimento de eletricidade pelas fontes de energias renováveis e sustentáveis, mas há um potencial gigantesco como o da bioeletricidade, o que reforça a importância cada vez maior de uma matriz energética diversificada e um olhar dedicado para cada uma destas fontes. É essencial que o país estabeleça políticas públicas bem estruturadas e de longo prazo, incluindo externalidades ambientais na precificação da bioeletricidade, além de outras vantagens pelo uso da biomassa na gestão do sistema interligado de fornecimento de energia. Só assim, com um ambiente institucional que transmita segurança na tomada de decisão de novos investimentos, o Brasil poderá atingir suas metas estabelecidas na COP 21”, completa Farina.

 

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