Com liberação de R$ 14 milhões, Dedini vai pagar 95% das dívidas trabalhistas
09-03-2018

A Dedini Indústrias de Base informou nesta segunda-feira (5) que a liberação de cerca de R$ 14 milhões, após desbloqueio de recursos, vai permitir quitar 95% do quadro de credores trabalhistas da empresa. O valor, que já foi remetido ao processo, segundo assessoria da empresa, será rateado para mais de 500 ex-funcionários, com o teto de R$ 60 mil por credor.

Após entrar em crise, a empresa demitiu mais de 1,6 mil funcionários das unidades de Piracicaba (SP) e Sertãozinho (SP) entre os anos de 2015 e 2016. A dívida da empresa chegou a R$ 177,1 milhões e o plano de recuperação judicial da metalúrgica foi homologado pela Justiça em fevereiro de 2017. Os pagamentos a ex-funcionários começaram a ser depositados em março de 2017.

Segundo a Dedini, além do teto de rateio, os ex-trabalhadores que tiverem valores inferiores a R$ 60 mil terão os créditos quitados integralmente. A lista de credores trabalhistas que receberão o rateio, tanto concursais (trabalhadores que foram demitidos até agosto de 2015) como extraconcursais (trabalhadores demitidos após o recebimento do pedido de recuperação), já se encontra disponível no processo da Recuperação Judicial, segundo a empresa.

A Dedini informou que chegou a 95% de pagamento ao usar os R$ 14 milhões, de recursos desbloqueados pela Justiça, somados aos R$ 21,5 milhões provenientes da venda do terreno do estacionamento do Shopping Piracicaba, liberados em 2017, e ainda os valores que a empresa está cumprindo com os pagamentos mensais previamente definidos no Plano de Recuperação Judicial.

O advogado Júlio Mandel, que presta assessoria jurídica à Dedini, afirmou que a empresa vem cumprindo o plano de recuperação aprovado pelos credores, tanto em relação aos pagamentos a credores trabalhistas, como venda de ativos, e que “as ágeis decisões do magistrado vêm concedendo segurança jurídica às partes, permitindo que a Lei de Recuperação de Empresas seja aplicada com efetividade”.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Piracicaba e Região, ainda não há previsão para que os funcionários recebam a quantia. Os trabalhadores farão uma assembleia na noite desta segunda-feira (5) com a participação de representantes da empresa.

"O dinheiro está na mão do juiz para fazer liberação, quando vai ser a gente não sabe", disse o diretor do sindicato e funcionário da Dedini, Carlos Roberto Pereira dos Santos.

Plano de recuperação

Em crise, a Dedini demitiu 1,6 mil funcionários nos anos de 2015 e 2016 em Piracicaba e Sertãozinho, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos. A dívida da empresa chegou a R$ 177,1 milhões, sendo que R$ 36,56 milhões correspondem a passivos trabalhistas.

O plano de recuperação judicial da metalúrgica foi homologado pela Justiça em fevereiro de 2017. A recuperação judicial foi requerida pelo grupo Dedini em 24 de agosto de 2015, o deferimento foi publicado em 9 de setembro de 2015, no Diário Oficial do Estado de São Paulo, e foi aprovado por 97% dos credores presentes em assembleia realizada no mês de setembro de 2016.

Em março do ano passado, os trabalhadores que foram demitidos até agosto de 2015 começaram a receber parte dos R$ 21,5 milhões depositados na recuperação judicial. A empresa tinha o prazo de um ano para quitar a dívida do acordo trabalhista.