Com muita chuva, a cana hidrata e perde sacarose
17-09-2015

Com a ajuda das condições climáticas, a safra 2015/16 deverá ter um ganho de produtividade média de 6%, segundo Dib Nunes, diretor do Grupo IDEA. “Poderemos alcançar disponibilidade de cana acima de 600 milhões de toneladas. Agora, por conta das chuvas, se vai dar pra moer é outra história.”

Mas outra característica desta safra é a qualidade da matéria-prima ruim, o que piora a cada ano que passa. “Podemos atribuir isso a fatores como aumento das impurezas minerais e vegetais, manejo varietal equivocado e corte de cana antecipado antes da maturação”, relata Dib.
Ele explica que quando a matéria-prima está com má qualidade, afeta o teor de sacarose. “Inclusive há perdas grandes no processamento industrial, porque a impureza vegetal (palha) que é processada junto com a cana - cujo índice está em torno de 10% a 11% -, entra sem uma gota de açúcar, mas no fim leva parte do ATR.” As chuvas também aumentam a quantidade de impurezas minerais (terra) que é levada com a cana para a indústria.
Além disso, quando chove muito, há o processo de hidratação da cana. “Quando a cana hidrata, diminui a sacarose. É que a planta volta a vegetar, processo este que consome sacarose. Consequentemente isso vai reduzir um pouco mais os índices de ATR registrados até agora”, diz Dib, que conclui: “se este índice terminar em 130, 131 kg está bom demais considerando esta conjuntura, mas o que seria uma queda de 3 kg a 4 kg em relação ao ano passado”.

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