Com preservação de áreas, animais do Cerrado transitam pelos canaviais de Minas Gerais
03-02-2015
Animais como tamanduás, onças pardas e emas são vistos entre os canaviais porque a queima está quase eliminada em MG
O setor sucroenergético de Minas Gerais caminha para eliminar totalmente a queima da cana para fins de colheita. Em 2014, as usinas de açúcar e etanol do estado eliminaram a queima da cana em 100% da área de colheita com declividade abaixo de 12%.
Uma externalidade importante com a eliminação da queima foi a criação de condições para o aparecimento de uma grande quantidade de animais no canavial. Hoje são vistos nos canaviais, nas áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente (APPs), que em muitos casos formam os corredores ecológicos, grande quantidade de mamíferos, répteis e aves, como tamanduá, onça parda, tucano, jiboia, ema, veado, raposa, arara, gavião, seriema, lobo guará. Como não são mais afugentados pelo fogo, saem das áreas verdes para transitar entre os eitos do canavial.
Em Minas Gerais, o setor também criou várias RPPNs (Reservas Particulares do Patrimônio Natural), que têm contribuído, sobremaneira, para a conservação dos recursos naturais. De acordo com o Instituto Estadual de Florestas (IEF) – dados atualizados em 2012 -, o setor conta com 27.087,59 hectares de RPPNs ou 30,05% do total de 90.148,39 hectares no estado. Estas reservas são ricas em espécies nativas, com grande variedade de fauna e flora.
Em MG, o setor possui cinco RPPNs, pertencentes às usinas Coruripe, Santo Ângelo, Monte Alegre e aos grupos Delta e Biosev.
Além das RPPNs, as ações do setor sucroenergético de proteção de áreas de Reserva Legal e APPs resultaram no retorno dos animais ao Cerrado, que encontram abrigo para reprodução e alimentação e têm condições de transitar entre as diferentes áreas verdes, as quais foram conectadas e formaram corredores ecológicos em meio ao canavial.
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