Com restrições, Cade aprova união entre a ALL e a Rumo
12-02-2015
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou com restrições a fusão entre a ALL e a Rumo, empresa de logística controlada pelo grupo Cosan, que também atua nos mercados de açúcar e de combustíveis.
Com a operação, a Cosan, por meio da Rumo, passa a ser acionista da ALL, o que preocupa usuários das ferrovias e do porto de Santos.
O relator do caso, o conselheiro Gilvandro Araújo, considerou que a fusão tem potencial para estimular o fechamento do mercado, favorecer a política de venda casada e incentivar a negociação de condições mais favoráveis às empresas do grupo, em detrimento de outros clientes.
Mas ponderou os benefícios do plano de investimentos apresentado pela Rumo para a ALL. A saída foi aprovar a fusão com restrições.
O Cade fixou percentuais máximos de utilização dos ativos logísticos pela Cosan, equivalentes ao volume atual transportado pelas empresas.
Para evitar a venda casada, o Cade determinou que a nova empresa faça contratos separados para cada tipo de serviço prestado. O acordo prevê ainda outras medidas "comportamentais", como a proibição de executivos da Cosan de assumir cargos de direção na nova empresa.
Segundo a ALL, as restrições vigorarão por sete anos.
A fusão gerou polêmica entre usuários da logística, que temem que a nova empresa dê preferência às cargas do grupo e a clientes que contratem os serviços da Rumo.
O Cade recebeu 16 impugnações de terceiros que podem ser afetados pela fusão. O principal pedido dos exportadores de soja --a venda dos terminais em Santos-- não foi contemplado.
As ações da ALL fecharam em alta de 13,84%, e os papéis da Cosan subiram 8,89%.
Tatiana Freitas