Como obter bom desempenho na operação de colheita de cana
14-03-2016

Quando chega à colhedora, Ana imediatamente faz o check-list

Ana Paula Mazuchi, 29 anos, fez parte do grupo 27 mulheres capacitadas para operação de colhedora de cana, que a Usina Ferrari, de Santa Bárbara d’Oeste, SP, treinou em 2013. Para ela, as mulheres têm um trabalho diferenciado. “Somos mais cuidadosas, operamos com maior atenção e delicadeza”, afirma Ana Paula. “Temos mais cuidado com a máquina e com o canavial.”

De acordo com Ana Paula, para uma mulher desempenhar um bom trabalho na operação de colhedoras precisa, antes de tudo, conhecer bem do funcionamento e da regulagem da máquina. “Tem que tirar ar do sistema quando necessário, colher na altura ideal, tem que andar corretamente na rua de cana, sem deixar cana pra fora. Para o serviço ficar bem feito, temos que reduzir as perdas ao máximo, mas pra isso a colhedora tem que estar bem regulada.”

Em sua opinião, no dia a dia com a máquina é fundamental a limpeza e organização da cabine. “Todo dia temos que lavar os vidros para termos boa visibilidade. Além disso, coloco tapete no banco e no assoalho, e sempre uso um pano para limpar onde suja.”

Quando chega à colhedora, Ana imediatamente faz o check-list. Marca o horário que entra no equipamento, registra o horímetro do motor, o elevador. Assinala a hora em que começa a trabalhar, em que termina e indica se o equipamento precisa de manutenção. Lembra ainda que no início de cada expediente é preciso olhar o óleo, a água e dar uma geral na máquina.

Ana Paula não se desespera quando estoura alguma mangueira. Sabe o que deve ser feito. Também substitui com tranquilidade as dez faquinhas da colhedora. “Para isso, gastamos cerca de meia hora, o que tem que ser marcado na ficha.”


Outro procedimento também importante é dar uma olhada no canavial sempre que chega para a operação. “Alguns cortadores manuais cortam uma rua para iniciarmos o trabalho em um talhão. Logo que abrimos a rua já é possível saber como está a cana, se o trajeto tem curva, se a cana está deitada ou não. Caso esteja deitada, é importante colher no sentido em que a cana está caída pra não ficar um serviço mal feito. Isso é importante também para não perder a visão da rua”, explica. Além disso, ela destaca que quando a máquina chega à cabeceira, é preciso tomar cuidado com a manobra para não prejudicar o equipamento e o canavial. “Alguns classificam esse trabalho como de homem, mas as mulheres também são capazes. Eu amo tudo isso, é muito gratificante.”

Ana Paula gosta de trabalhar na cabine da colhedora. É um espaço confortável e, segundo ela, menos estressante do que na época em que trabalhava no supermercado. Quando ficou sabendo de um curso para operação de colhedoras voltado para mulheres, ficou interessada. “Primeiro fiquei curiosa. Era uma máquina cheia de detalhes. Aí me perguntei se iria conseguir controlar um equipamento daquele tamanho apenas segurando um joystick. Tive um pouco de medo, mas fui em frente com determinação”, relata. “E quando fiz essa mudança de emprego, meu salário melhorou muito”, comemora.

Ana Paula trabalhou por três safras na Furlan, mas nesta entressafra teve que mudar-se com seu filho para São Carlos por motivos familiares, mas está tentando voltar a trabalhar na operação de colhedora em alguma usina da região. “É disso que gosto e aprendi a fazer muito bem.”

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