Congresso Udop: açúcar brasileiro seguirá em destaque no mercado mundial, avalia BP Bunge
05-07-2024

Segundo Luciana Torrezan, gerente de inteligência de mercado da companhia, produção mundial do adoçante tem potencial para ser ampliada em 16 milhões de toneladas em dez anos

Nesta quarta-feira (3), a BP Bunge Bioenergia marcou presença no 17º Congresso Nacional promovido pela UDOP – União Nacional da Bioenergia, em Araçatuba (SP). Na oportunidade, um dos assuntos em destaque tratou das perspectivas relacionadas à dependência mundial do açúcar produzido no Brasil.

Em um painel dedicado ao tema, Luciana Torrezan, Gerente de Inteligência de Mercado da BP Bunge Bioenergia, participou como debatedora e trouxe reflexões que indicam que o país deve continuar se destacando entre os players globais do setor, uma vez que outros grandes produtores e exportadores mundiais, como Índia, Tailândia, Austrália e países da América Central, não têm grande potencial de aumento de produção no médio/longo prazo.

“Acredito que a Índia ainda pode aumentar a área de plantio de cana-de-açúcar, mas o país tem colocado um foco maior no seu programa interno de etanol, então, a princípio, a prioridade dos indianos será o atendimento do mercado interno de açúcar, em segundo lugar o etanol, e só depois viria a exportação para outros países”, comentou Luciana.

Por outro lado, avaliou a executiva, o Brasil tem grandes condições de crescer neste mercado por diferentes vias, seja pela extensão de área para produção de cana ou por meio de aumento do mix, já que, na sua visão, as usinas devem continuar focando no açúcar nesse sentido. “Na nossa projeção de longo prazo o consumo mundial de açúcar deve crescer cerca de 1% ao ano, o que daria 1,6 milhão de toneladas anualmente. Isso totalizaria 16 milhões de toneladas em 10 anos, e acreditamos que boa parte desse crescimento deve ser alocado para o Brasil, que é o país que tem o menor custo de produção e conseguiria atender mais facilmente esse crescimento de demanda”, disse.

Luciana ressaltou, ainda, que para que esse avanço se viabilize a questão do preço será fundamental. “Para que haja incentivo no Brasil para investir em novas fábricas ou ampliar a produção nas usinas é importante que o preço do açúcar, no médio/longo prazo, permaneça acima do custo de produção do país”, finalizou a especialista.

Fonte: Uagro