Contratos agrícolas abrem o dia em alta na bolsa de Nova York
16-10-2024

Cacau ultrapassa a marca de US$ 8 mil a tonelada pela primeira vez em semanas — Foto: Wenderson Araujo/CNA
Cacau ultrapassa a marca de US$ 8 mil a tonelada pela primeira vez em semanas — Foto: Wenderson Araujo/CNA

Preços do cacau, café, açúcar e algodão sobem nesta quarta-feira

Por Isadora Camargo — São Paulo

As commodities agrícolas negociadas na bolsa de Nova York abriram esta quarta-feira (16/10) em alta, refletindo diferentes fatores globais que afetam a oferta e demanda de cada uma delas. Os contratos do cacau com vencimento para dezembro, por exemplo, sobem 0,78% e ultrapassam a marca de US$ 8 mil a tonelada pela primeira vez em semanas.

“Esse é o maior nível desde o final de setembro, em meio a preocupações com a oferta global. Os estoques de cacau monitorados pelo ICE nos portos dos EUA caíram nos últimos 15 meses, atingindo o menor nível em 15 anos, de 1,99 milhão de sacas. Os comerciantes também notaram algum apoio na situação do principal produtor, a Costa do Marfim, onde as fortes chuvas prejudicam a colheita e o transporte dos grãos de cacau”, explica o boletim da Trading Economics. A situação pode manter os preços elevados.

Nas negociações do café arábica, o mercado registra uma ligeira alta, de 0,31%, sendo cotado a US$ 2,5745 a libra-peso, depois de fechar em queda na véspera. O mercado tem sido volátil, e a atual valorização é atribuída à expectativa de uma menor oferta global, especialmente no Brasil, onde o clima tem afetado a produção.

Além disso, incertezas sobre o clima no Vietnã impactam o café robusta, o que indiretamente sustenta os preços do arábica, como explicam analistas e climatologistas. “Porém, há também resistência por parte da demanda, o que limita aumentos mais expressivos”, acrescenta a Trading Economics.

No caso do açúcar demerara também se registra um leve aumento para os contratos com vencimento para março, que estão cotados a 22,82 centavos de dólar a libra-peso, permanecendo estáveis em relação ao fechamento do dia anterior. “Esse movimento reflete, em parte, preocupações com o fenômeno climático La Niña, que pode impactar a produção em grandes países exportadores como Brasil e Índia. Com um cenário de oferta reduzida, os investidores apostam em uma alta sustentada dos preços no curto prazo”, informou a consultoria.

Os lotes de março do algodão também reagem esta manhã, depois de enfrentar pressão de baixa, já que o mercado continua de olho na desaceleração da demanda global, especialmente na China, um dos maiores consumidores mundiais. Os papeis de primeira posição sobem 0,85% e operam a 71,22 centavos de dólar por libra-peso.

Fonte: Globo Rural