Contratos agrícolas recuam em Nova York , diante de alta do dólar
14-06-2024

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Cacau, café, açúcar e algodão abriram a sessão em queda

Por Fernanda Presisnott — São Paulo

O dólar atinge seu maior nível em cinco semanas, na comparação com uma cesta de moedas, em meio a declarações de membros do Federal Reserve sobre como ainda está distante a queda de juros no país, apesar dos dados melhores de inflação. Esse comportamento da moeda americana eleva a rentabilidade de exportadores de commodities em todo o mundo, de forma que a oferta aumenta e faz cair o preço de todos as commodities agrícolas nesta sexta-feira.

Em Nova York, o cacau recua 1,48%, a US$ 10.645 a tonelada, depois de subir por três sessões consecutivas.

Nos fundamentos, o quadro de déficit de oferta continua. O Conselho de Cacau da Costa do Marfim – maior produtor mundial - suspendeu o fechamento de novos contratos de exportação até o fim de junho, informou Rafael Borges Machado, analista de inteligência de mercado da StoneX.

"Durante o período da colheita intermediária de cacau, o fornecimento costuma ficar mais reservado a indústrias locais. A limitação aos exportadores, principalmente a Europa, vai levar eles a buscarem outras fontes de fornecimento", diz o analista.

Com esses elementos no mercado, Borges vê espaço para o preço do cacau voltar a bater recorde na bolsa. Segundo ele, uma queda nos valores deve acontecer, mas apenas a partir de outubro, no início da safra 2024/25.

Café

Nos negócios do café arábica, os papéis com vencimento para julho recuam 0,85%, para US$ 2,2385 a libra-peso. Os fundamentos do mercado permanecem os mesmos: foco no avanço da colheita da safra brasileira em 2024/25, e oscilações do café robusta na bolsa de Londres.

Por enquanto, o clima está favorável para o andamento da safra brasileira. Informações do boletim de Eduardo Carvalhaes, analista especializado no mercado de café, destacam que uma frente fria deve avançar pela costa do Brasil a partir do dia 20 deste mês, aumentando a probabilidade para ocorrência de chuvas sobre áreas produtoras entre São Paulo, Rio de Janeiro e sul de Minas Gerais.

Apesar disso, no momento, não há indicativos para oscilações muito acentuadas de temperatura ou risco de frio extremo para as áreas produtoras do Centro-Sul, destaca Carvalhaes.

Açúcar

Nos negócios do açúcar na bolsa, os lotes para julho caem 0,61%, a 19,47 centavos de dólar por libra-peso.

Ontem, eles subiram fortemente com a indicação de que a Índia mantém os planos de aumentar a mistura de etanol com gasolina. "Um aumento na produção de etanol da Índia poderia reduzir a produção de açúcar do país e deixar menos açúcar disponível para exportação, reduzindo assim a oferta global", disse análise do site internacional Barchart.

Algodão

Por fim, no mercado do algodão, os papéis para julho fecharam em baixa de 0,14%, a 71,25 centavos de dólar por libra-peso.

Fonte: Globo Rural