COP-21 pode ser oportunidade para o etanol brasileiro
19-11-2015

Depois dos atentados terroristas que aconteceram em Paris recentemente, o mundo terá outro motivo para voltar a atenção para a capital francesa nesse mês: entre 30 de novembro e 11 de dezembro acontece na cidade mais um encontro de cúpula sobre alterações climáticas (COP-21). 137 chefes de Estado e de Governo já confirmaram presença.

Mas as movimentações em torno do evento começaram antes. “Em meados de outubro estive na França, onde foi assinado um pré-acordo sobre a COP-21, assinado por ministros de meio ambiente e de relações exteriores de 70 países”, relata Jacyr Costa Filho, diretor da Divisão Brasil do Grupo Tereos.
Ele lembra que o clima é hoje um tema muito relevante. “Mudou um pouco o cenário mundial quanto a isso, porque hoje a China e os EUA estão liderando este processo. São os dois maiores poluidores do mundo que resolveram liderar esse processo. Já a Europa continua, até pela força do Partido Verde nos países europeus. Isso tem caráter político importante no continente.”
Diante dos desafios que serão debatidos em Paris, o Brasil deverá ratificar seus compromissos com relação à energia renovável. E o país pode ter posição de destaque nessa área porque “construiu nesses últimos 40 anos o maior programa de combustível renovável do mundo”, frisa Jacyr.
Luís Roberto Pogetti, presidente da Copersucar, concorda que o ânimo internacional vem mudando e retomando com força a preocupação climática. “E o etanol é produto que está pronto para contribuir para os programas possíveis de mitigação de gases de efeito estufa.”
Pogetti lembra que o esforço do setor sucroenergético faz parte da proposta do Brasil na COP-21, “com a elevação da nossa produção de etanol de 28 bilhões de litros para em 2030 alcançar 50 bilhões de litros. Conseguimos introduzir esse número no compromisso do Brasil a ser referendado na COP-21. Isso é enorme oportunidade. No mercado doméstico, 50 bilhões de litros é quase dobrar nosso tamanho”.
O executivo da Copersucar destaca ainda que é crescente a discussão internacional sobre a taxação de carbono. “Qualquer insumo, combustível, que acarrete dano ao meio ambiente, tem que pagar por isso, o que cria um campo de oportunidades enorme para o etanol.”
Segundo Pogetti, em âmbito global, uma tese que pode ser defendida em Paris é de se buscar um padrão mundial na mistura de combustível com o etanol. “Se imaginar que o padrão mundial fosse de 10%, estamos falando na presente data até 2030 de uma demanda adicional de 50 bilhões de litros. E o Brasil, por dispor de tecnologia e ter recursos naturais disponíveis, teria grande possibilidade de atender essa demanda.”

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