Cresce nos canaviais o preparo profundo canteirizado
21-05-2015

O preparo profundo canteirizado consiste em romper as camadas compactadas e incorporar o corretivo a 60 cm ou 80 cm ou em ambas as profundidades. Nesse caso, as entrelinhas permanecem intactas. “É um sistema que não movimenta a totalidade do solo da área de plantio, porém, realiza um preparo profundo, com movimentação de camadas de solo para a execução dos canteiros”, afirma Raffaella Rossetto, pesquisadora da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Implantação

O consultor do Grupo Santa Terezinha, João Crisóstomo Simões Rodrigues, explica como devem ser feitas as implantações dessas técnicas. “O primeiro pré-requisito é a utilização do espaçamento combinado (1,5 x 0,90; 1,6 0x 0,90 ou 1,5 x 0,6m). Após isso, a implantação deve ser gradual, pois os equipamentos de aplicação dos insumos deverão ser adaptados para trabalhar aplicando em duas ou três faixas ou canteiros”.

Ele afirma, também, que o trabalho de preparo de solo profundo/canteirização é planejado para ser totalmente georreferenciado do plantio a colheita, sendo que os tratores devem ser equipados com GPS, que permite a perfeita aplicação de calcário, gesso, matéria orgânica (torta de filtro) e fósforo nas faixas, sendo feita sua incorporação pela enxada rotativa. Além disso, é recomendável que o trator possua, ao menos, 240cv de potência.

É importante ressaltar que o plantio nesses sistemas não sofre diferenças e deve ser feito manualmente ou com plantadoras adaptadas para o plantio combinado. A colheita também deve ser feita por colhedoras de duas linhas.

Custos

Com relação aos custos de implantação e manutenção, o sócio proprietário da PHDCana, empresa sediada em Lençóis Paulista e que cultiva 7.200 hectares de cana, cuja produção varia de 450 mil a 500 mil toneladas, Hamilton Cesar Pavan Rossetto, conta que eles se assemelham as convencionais, embora exijam implementos e máquinas de maior valor. “Porém, ocorre diminuição das operações de preparo, além da otimização dos insumos nos canteiros”.

A empresa implantou esses processos há cerca de três anos. Rossetto conta que a adoção se deveu a busca de ganhos de produtividade, através da descompactação do solo, tráfego controlado, correção e incorporação de matéria orgânica (palha, restos de cultura, torta de filtro, etc.) em profundidade, maior infiltração e conservação da água, melhora do perfil micro-biológico e oxigenação do solo.

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