Crise no setor canavieiro é apontada como a tempestade perfeita
10-12-2025
Afirmação foi feita pelo diretor da Coplan, Henrique Acioly
Por BCCOM Comunicação
Com índices pluviométricos distintos registrados na zona canavieira do estado, a expectativa é que a safra 25/26 também apresente números diversos de moagem, a depender da região, oscilando entre cenários de redução, aumento e até repetição de ciclo.
Para o diretor da Coplan e cooperado da Copervales, arrendatária da antiga Usina Uruba, localizada no município de Atalaia, Henrique Acioly, a safra atual apresenta desafios, sendo apontada como a tempestade perfeita.
“O preço do açúcar no mercado mundial está muito menor do que foi comercializado no ano passado, além da questão da produtividade do canavial. Nas primeiras moagens desta safra, a cana se mostrou bem abaixo do que foi colhido na moagem anterior quanto ao TCH. Somado a isso, ainda temos um ATR baixo. Nesse cenário, temos a tempestade perfeita: preço ruim, déficit de produtividade e um ATR negativo”, declarou Acioly.
Segundo ele, apesar do cenário difícil, a aposta do setor está na melhora dos preços no mercado. “Dizem que há um superávit de açúcar no mercado mundial, o que vai dificultar o aumento de preço e refletir na cana aqui no estado. Mas, apesar de todas essas dificuldades, não podemos parar de trabalhar e seguir em frente. Afinal, agricultura é isso mesmo”, afirmou.
De acordo com Acioly, com mais de 230 cooperados, a Copervales tem a expectativa de processar mais de 750 mil toneladas de cana. “Essa é a nossa avaliação inicial. Mas pode ser que o número seja menor em função da baixa produtividade do canavial, fruto de diversas questões climáticas. Mesmo assim, seria um cenário de queda em relação à moagem anterior, quando beneficiamos 831 mil toneladas de cana”, destacou.
Para o fornecedor de cana, o foco deve ser a próxima safra. “Essa moagem deve ser esquecida diante desse cenário de tempestade perfeita. Afinal, os danos que tinham que ocorrer já se consolidaram. Agora, precisamos trabalhar para fazer uma próxima safra melhor, para que possamos alcançar resultados superiores”, afirmou.
No que diz respeito ao mercado, Acioly reforça que a região Centro-Sul e a Ásia são responsáveis pela oscilação de preços no mercado mundial. “No Centro-Sul, eles aumentaram o mix para o açucareiro, o que jogou ainda mais açúcar no mercado mundial. Já a Ásia (Índia, Indonésia e Tailândia) teve um aumento de safra. Tudo isso culminou na baixa de preços no mercado externo. Esperamos que ocorra algo que reduza a safra e aumente o preço do açúcar. Não sabemos o que vem pela frente. Estamos à mercê do mercado externo”, finalizou.
Do site: Jornal de Alagoas

