Crise no setor deixa produtor mais conservador
29-12-2015

Quase 100% da cana moída pela Usina Campestre, uma das três unidades do Grupo Clealco, vem de produtor de cana

Localizado no Oeste do estado de São Paulo, o Grupo Clealco adquiriu, em dezembro de 2013, a Unidade Industrial da Usina Campestre, em Penápolis, com capacidade de moagem de 3 milhões de toneladas de cana por safra. A Clealco comemora o crescimento da produtividade agrícola na safra 2015/16 em 8%, embora seja um ciclo operacionalmente difícil por conta das chuvas. “Estamos tendo mais cana e menos oportunidades de processar essa matéria-prima”, diz Cassio Paggiaro, diretor agrícola da companhia, estimando que podem ficar de 5% a 10% de cana sem processar nessa safra, de acordo com as chuvas.

A empresa se caracteriza pela utilização de tecnologias e novos conceitos para melhorar os resultados da lavoura. Uma política que, desde 2013, a Clealco trabalha para implantar também na área agrícola da Clealco Penápolis. Mas o processo não é tão simples assim. “É que quase 100% da cana da Penápolis são produzidas por fornecedores de cana. Estamos tendo o trabalho de conversar com esses produtores e de mostrar o que a Clealco pode oferecer para fidelizá-los”, diz.

Na opinião de Paggiaro, o fornecedor de cana tem enfrentado muitas dificuldades financeiras, o que explica o perfil atual do produtor: “ele está muito conservador”, diz. É que a cana não remunerou adequadamente nos últimos cinco anos. O produtor teve que se adequar e até deixar de fazer alguma coisa que gostaria em termos de melhoria de produtividade.

Ainda mais quando a proposta tecnológica é mais radical, que é o caso da mudança do espaçamento entrelinhas do canavial para o duplo alternado – modelo que a Clealco tem implantado desde 2008. “Qualquer produtor fica um pouco receoso e tem dúvidas. Ele espera realmente a comprovação das informações e dados que estão sendo gerados para fazer uma mudança definida. Mas realmente ele é o último da cadeia a mudar.”

Com a melhoria do cenário de preços do açúcar e do etanol, Paggiaro acredita que o setor está entrando numa nova fase, que vai melhorar a rentabilidade de toda cadeia. “Acreditamos que essa fase não seja pontual e, assim, deveremos ter certa estabilidade e consigamos transmitir e fazer mudanças tecnológicas que estão mais adequadas, inclusive junto ao produtor de cana.”

Veja matéria completa na editoria Produtores Integrados na nova edição da revista Digital CanaOnline. No site www.canaonline.com.br você pode visualizar as edições da revista ou baixar grátis o pdf.
Mas se quiser ver a edição com muito mais interatividade ou tê-la à disposição no celular, basta baixar GRÁTIS o aplicativo CanaOnline para tablets e smartphones - Android ou IOS.