Crise no setor sucroalcooleiro: cronograma de pagamento dos usineiros irrita fornecedores
16-11-2016

Conversei com um dos fornecedores de cana-de-açúcar do Estado de Alagoas em relação aos débitos acumulados pelas usinas. Os fornecedores alegam que os usineiros devem mais de R$ 250 milhões e isto tem sido alvo de discussões e reuniões em busca de cobrar este débito.

A cooperativa entregou um documento oficial de programação para o pagamento dos débitos. Mas, muitos dos que estão a espera de receber há três anos classificaram como “uma piada”.

Em conversa com um dos fornecedores, ele disse que a cooperativa chegou a “mexer os pauzinhos” para dizer que tinha feito um cronograma ainda no dia 4 de novembro, mas isto não era verdade. Até então, não havia sequer tido a “confissão da dívida”, que era uma cobrança dos fornecedores na última reunião que realizaram, inclusive suspendendo o ato que fariam no dia 31 de outubro.

“Algumas usinas começaram a depositar valores que chegam a 3% do montante principal da dívida, mas sem correção alguma”, explicou a fonte. Ele denominou a ação como “absurda e desrespeitosa”. “Nós ficamos muito indignados com a situação. Inclusive, soubemos da informação que a Usina Marituba fechou compra à vista de um fornecedor em Sergipe para a safra deste ano e não sinalizou nenhum pagamento dos atrasados para os fornecedores de Alagoas”.

Segundo o fornecedor, devido aos acontecimentos atuais e a falta de avanço nas negociações está pré-agendado uma primeira manifestação oficial para o dia 21 de novembro, no bairro do Jaraguá. “Irão fornecedores, representantes comerciais, trabalhadores, todos que foram e estão sendo prejudicados por esta operação de usineiros, que possuem a cultura do calote”.

Sobre o cronograma de pagamentos: foi encaminhado um documento oficial ao senhor Edgar Leahy Atunes Filho, que é presidente da Asplana. Lá se mostra a seguinte tabela: os pagamentos até R$ 2.000 serão feitos no dia 14. De 2.001 R$ 3.000, no dia 21. De R$ 3.001 a R$ 4.000 no dia 28 e de R$ 4.001 a R$ 5.000, no dia 5 de dezembro. De acordo com o fornecedor, é algo de muito mau gosto diante do que é devido.