Custo de produção de açúcar não cai na indústria há bastante tempo
24-11-2016

Os custos de produção de açúcar no Brasil ainda são altos e aumentaram significativamente nos últimos anos

A tecnologia de produção de açúcar é madura há muito tempo. Os ganhos que se pode obter são mais nos diferenciais de qualidade e no atendimento a clientes específicos. “Podemos produzir, por exemplo, açúcares com faixa grande de diferença de cores e não açúcares, atendendo a mercados específicos. Nisto a tecnologia avançou bastante”, sublinha Jaime Finguerut, assessor técnico do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira)..

O custo de produção, porém, não cai na indústria há bastante tempo. De acordo com o assessor técnico do CTC,os custos de produção de açúcar no Brasil ainda são altos e aumentaram significativamente nos últimos anos, ao contrário do que muitos pensam. “Por exemplo, perdemos produtividade de cana por hectare, que é o fator mais importante no custo final. Perdemos quantidade de açúcar produzido por hectare por ano, por causa também da perda de produtividade. Fatores que podem ser melhor enfrentados.”

Finguerut explica que, conforme a tecnologia amadurece, precisa cada vez mais de investimento para ganhos pequenos. Apesar do consumo de açúcar não ser tão ligado a preço, o consumo é crescente. Segundo ele, é mais fácil produzir mais com a mesma tecnologia do que investir para melhorar a tecnologia e fabricar cada vez mais com a mesma matéria-prima.

No processo industrial para a produção do açúcar, Finguerut relata alguns avanços pontuais, como em termos de consumo de vapor, de energia, de água, de sensores, de estabilidade de produção, mas pouco na essência, que é bastante simples: evaporar até que os cristais são formados e separá-los de forma conveniente para que se tenha qualidade no aspecto do cristal ao final, atendendo a requisitos do cliente.

“Acredito que muitas usinas vão investir no aumento de capacidade de produção, de flexibilidade, e também na eliminação de gargalos na produção. Mas não há claramente novas tecnologias à disposição que alterem significativamente como se produz o açúcar hoje”, sublinha Finguerut.

WokimarTeixeira Garcia, consultor e ex-coordenador de Laboratório de Pesquisa do CTC,concorda que a tecnologia para açúcar é bastante consolidada. O que se tem são melhorias sensíveis, como de automação, controles, monitoramento um pouco mais detalhado, “mas nada que quebre paradigmas e faça rupturas”.

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