De superdemanda ao fechamento de fábrica: a Dedini reflete a imagem do setor sucroenergético
06-09-2016

A empresa já demitiu mais de 4 mil profissionais

A Dedini Indústria de Base, completou 96 anos em 23 de agosto, a empresa figura entre as maiores fabricantes de equipamentos para usinas de açúcar e etanol do País, considerada um marco na agroindústria sucroenergética por desenvolver tecnologia de ponta.

O elo da Dedini com o setor não se resume ao fornecimento de tecnologia, vai muito mais além: a empresa respira cana-de-açúcar e, assim, vive a gangorra econômica do setor, uma hora nas alturas, com forte demanda, grande expansão, fila de espera por equipamentos. Em outra hora, crise e até fechamento de unidade.

A forte crise sucroenergética que se estende por quase uma década bateu forte na Dedini, que atravessa um processo de recuperação judicial para evitar falência e dívidas trabalhistas de, pelo menos, R$ 56,5 milhões. Sua unidade matriz, em Piracicaba, SP, demitiu cerca de 1.600 trabalhadores desde 2014 e a filial em Sertãozinho, que chegou a ter 3 mil metalúrgicos, foi reduzindo o quadro até chegar a 100 funcionários, que em 2 de agosto foram demitidos e a unidades e fechou às portas.

De acordo com nota divulgada em 5 de agosto pela direção da Dedini, a unidade de Sertãozinho, foi colocada "em hibernação". A medida faz parte "do plano de otimização da capacidade instalada" da companhia. "A medida foi tomada neste momento em que a empresa necessita reduzir custos, centralizar atividades e buscar ter equilíbrio nos custos e despesas. A hibernação da unidade em nada afetará a operação das demais fábricas e esperamos que em breve possamos retomar em regime normal as atividades de Sertãozinho, visando atender a uma reação do mercado com novos investimentos", informou a Dedini. "Reiteramos aos nossos clientes a credibilidade e compromisso da empresa quanto à entrega dos produtos e serviços contratados, bem como a qualidade e prazo acordados", concluiu a empresa, em nota.

Ainda segundo a companhia, os esforços estão concentrados para que o plano de recuperação judicial seja aprovado, em assembleia prevista para o dia 19 de setembro, "e, com isso, permita que a Dedini volte a crescer, retome a geração de empregos e recupere o lugar de destaque na economia nacional, podendo utilizar novamente sua capacidade instalada de forma plena", concluiu

A Empresa espera que com a retomada do setor possa colocar o caixa em ordem. Torcemos para que a Dedini de Sertãozinho não demore muito para sair da hibernação.

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