De volta para casa
20-10-2015

O aumento de renda no campo, a melhor qualidade vida, o acesso às tecnologias e a valorização da roça, observa o professor Xico Graziano, não só contribui para reter a ida dos jovens para a cidade grande, como passou a ser atrativo para voltar para casa. É o que aconteceu com Eduardo Cochoni Achicar. De família de Cássia dos Coqueiros, próxima a Cajuru, Eduardo visitava constantemente a fazenda da bisavó, onde produzem cana, leite e café. Depois de formado na área de TI, partiu para São Paulo e por cinco anos trabalhou na IBM.

Estafado com a pouca qualidade de vida dos grandes centros, Eduardo começou a pensar em mudar seu destino. Reparou que seus colegas da cidade grande viviam sonhando em descansar no campo, em comer e beber coisas produzidas na roça e até pagavam mais por isso. Era justamente o que ele sempre vivenciou. Então, teve um insight: transformar o local de passeio em fonte de geração de renda.

A ideia foi aprimorar uma das tradições da região de Cássia dos Coqueiros: a produção de cachaça. Assim, há 10 anos, Eduardo criou o Engenho Coronel para produção de cachaça de alambique com qualidade. Uma área de 27 hectares da fazenda da família foi reservada para a produção de cana da variedade SP81-3250, que apresenta características especiais para aguardentes diferenciadas. A colheita é manual e com cana crua, vai de julho a setembro e a produção é de 10 mil litros de cachaça. Como é cachaça de qualidade, apenas o “coração” da bebida é preservado, ou seja, o que há de melhor, a cabeça e a cauda, são descartadas, com isso, enquanto uma aguardente comum rende 140 litros por tonelada de cana, para produzir a Cachaça Coronel, uma tonelada resulta em 70 litros.

Após a produção, a cachaça segue para envelhecimento, entre as linhas disponibilizadas pela Cachaça Coronel, o menor tempo de descanso é de 18 meses, a Cachaça Coronel Prata tem cinco anos de envelhecimento e a série Ouro fica 10 anos nos tonéis de carvalho francês.

Este ano de 2015 tem sido especial para Eduardo, além de colocar no mercado a sua primeira Cachaça Coronel série Ouro, com 10 anos de envelhecimento, começa a colher os frutos de mais um empreendimento, a Cantina do Engenho, que oferece almoço aos domingos. A Cantina ocupa a antiga moradia de sua bisavó, uma das casas da fazenda. E Eduardo também utiliza as qualidades da roça como marketing, dessa vez: as delícias da culinária e o uso de produtos fresquinhos, direto da roça. Cerca de 90% dos ingredientes utilizados na cozinha da cantina são produzidos na fazenda ou adquiridos dos produtores vizinhos, gerando renda na região.

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