“Devemos priorizar o mercado interno de etanol”, aconselha Presidente do Sindaçúcar/PE
23-01-2020

Em 2019, o setor destinou ao mercado interno 11 bilhões de litros para o anidro e mais de 23 bilhões para o hidratado somente carburante
Em 2019, o setor destinou ao mercado interno 11 bilhões de litros para o anidro e mais de 23 bilhões para o hidratado somente carburante

Renato Cunha observa que o setor deve desenvolver atividades de mais visibilidade, transparência e segurança para o consumidor

A estiagem no último mês na região Nordeste começa a atrapalhar a boa expectativa da safra canavieira 2019/20. A previsão de Renato Cunha, presidente-executivo do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE) e da Associação de Produtores de Açúcar e Bioenergia (Novabio), anterior a esse período de seca, era que a safra 2019/20 no Norte e Nordeste deveria apresentar crescimento na moagem total de cana. Indo dos 47 milhões de toneladas na safra 2018/19 para cerca de 53 mi/ton. Esse acréscimo era decorrente de um clima mais favorável e de mais investimentos na lavoura.  Ainda não se sabe o impacto que a recente falta de chuvas terá nesses números. Mas, felizmente, em Pernambuco, nesta semana tem chovido bastante, o que deve amenizar a perda.

Em relação ao mercado, a safra norte/nordeste registra um ponto positivo. Segundo Cunha, no ano passado, houve maior liquidez na comercialização do etanol. “Já há uma tendência mais consolidada deste tipo de escolha do consumidor, para muitos, o etanol passa ser o principal, pelo fator ambiental e pela competitividade de preço.”

Renato Cunha salienta que hoje há uma equação mais equilibrada do mercado interno brasileiro em função de um fluxo continuo e estável de abastecimento. “Por isso, devemos ficar atentos e priorizar o mercado interno. É importante a abertura de novos mercados para exportação, como a China, mas as coisas têm que ocorrer na hora certa. Já que nosso mercado é comprador e tem se mostrado parceiro muito constante, tanto na venda do anidro, como de hidratado. Um mercado que já conseguimos destinar cerca de 11 bilhões de litros para o anidro e mais de 23 bilhões para o hidratado somente carburante. É um mercado que devemos desenvolver atividades de mais visibilidade, transparência, segurança e passando sempre a imagem de sermos players perenes para o consumidor. Já que com esses preços altos de petróleo e o câmbio desvalorizado, o mercado do etanol se torna bastante estável. Portanto, precisamos sempre passar esse reconhecimento. É o que procuramos fazer no Nordeste.”

O Presidente do Sindaçúcar/PE, Renato Cunha, aconselha ter moderação sobre o cenário de 2020

Para 2020, Renato Cunha diz que a expectativa é muito positiva. “O etanol se consolida ainda mais com o apoio do RenovaBio. Exatamente para que possamos aumentar metas de produção e volume de produção, para atender mercado interno ascendente e poder cada vez mais tentar a geração de excedentes exportáveis. Os fundamentos estão se tornando mais favoráveis. Do ponto de vista do próprio mercado de açúcar que pode melhorar em função da queda da oferta exagerada.”

No entanto, o Presidente do Sindaçúcar/PE aconselha ter moderação sobre o cenário de 2020. “O país passará pela Reforma Tributária e, no Brasil temos que ser cautelosos quando se trata de componentes imponderáveis e imprevisíveis das reformas que a economia tende a almejar. Por isso, é preciso ter cautela. O país está fazendo o dever de casa. O Ministério da Economia tem atuado de forma sensata na questão dos combustíveis e não podemos ser atropelados por novos mecanismos ou instrumentos que possam impor uma solução de continuidade ao mercado de etanol. Estamos otimistas quanto o futuro do setor, mas também com os pés no chão.”

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