“Dificilmente o Brasil vai exportar o volume que muita gente apostava para este período”, diz diretor da Archer Consulting
29-06-2020

O mercado espera que o Brasil exporte entre 26 milhões a 30 milhões de toneladas de açúcar, mas isso não deve ocorrer, na visão de Arnaldo Corrêa

*Arnaldo Corrêa

O mercado futuro de açúcar encerrou a sexta-feira cotado a 11.52 centavos de dólar por libra-peso, uma queda de quase doze dólares por tonelada em relação à semana anterior. O real, por sua vez, compensou a queda, se desvalorizando 2.80 % na semana e fechando perto de R$ 5.4600 por dólar. Os preços em reais por tonelada (linearmente) para 20/21, 21/22 e 22/23 fecharam a R$ 1,480, R$ 1,496 e R$ 1,480, respectivamente.

O mercado físico de açúcar deu uma arrefecida, com os prêmios para embarque julho encolhendo rapidamente. O congestionamento no porto também diminui de intensidade e a entrega volumosa que todos esperavam para o julho não vai mais acontecer.

Quero crer que, muito embora estamos apenas no início do ano safra, dificilmente o Brasil vai exportar o volume que muita gente apostava para este período (números que vão de 26 a 30 milhões de toneladas de açúcar). Mas, quem vai exportar mais, ou pelo menos indica que o fará, é a Índia. O país aumentou em 8% a área destinada à cana. Além do mais, menor arrecadação dos governos indiano e tailandês pelo encolhimento da atividade econômica entre 5.3-5.8 % para este ano, deve tornar o subsidio governamental uma conta mais difícil de fechar em um ciclo de maior produção e menor consumo.

Fonte CanaOnline - Arnaldo Corrêa - diretor da Archer Consulting