Dívida do setor sucroenergético é de R$ 74 bilhões, ante faturamento de R$ 72 bilhões
11-02-2015

Medidas do governo não passam de paliativo, para o consultor Arnaldo Corrêa


Para Arnaldo Luiz Corrêa, diretor da Archer Consulting, o pacote de medidas apresentado pelo governo federal neste início de ano, que inclui o aumento da mistura do etanol anidro à gasolina, o reajuste do PIS e do Cofins e a volta da Cide, não passa de um paliativo. “Tem o mesmo efeito de dar azeitona para quem está há meses sem comer nada”, compara.
Ele concorda que são medidas tardias. “Hoje, pelo nosso cálculo, o setor tem aproximadamente R$ 74 bilhões em dívidas e uma estimativa de faturamento de R$72 bilhões na última safra. A dívida é maior do que a receita.”
Segundo ele, quando um setor deve mais de 100% cento do seu faturamento, ele teria que primeiro equacionar essa dívida, tentar alongá-la, de tal maneira que consiga, aos poucos, com recursos que vai obtendo, amortizar esse montante.
“No entanto, o tamanho é tão grande a tal ponto que fica difícil haver o equacionamento de toda essa dívida. O que tem acontecido é que não se consegue alongar dívida em longo prazo. E as dívidas vencidas, as usinas têm enorme trabalho para renovar as linhas. E o mais difícil é encontrar linhas novas de crédito”, relata Corrêa. Quem entra no mercado hoje para tentar dinheiro novo para poder saldar seus compromissos e manter a estrutura rodando, encontra enorme dificuldade. “E toda a situação ruim do país hoje acaba refletindo.”

 

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