DNA Canavieiro
26-11-2015

Está no sangue do produtor saber cuidar da cana, mas para se manter na atividade é preciso se reinventar e dominar o novo cenário sucroenergético

Luciana Paiva e Clivonei Roberto

“Se pudesse, o Arthur ficaria o dia todo encarapitado no trator. É a paixão dele”, conta o avô José Garcez, um dos 70 mil produtores de cana do Brasil. Mais precisamente, José faz parte dos 90% dos pequenos produtores que colhem até 10 mil toneladas de cana.
Com apenas três anos, o pequeno Arthur é o retrato de um jovem agricultor, calçado com botina e boné na cabeça, com olhar compenetrado, percorre com o avô a propriedade de 14 hectares no município de Motuca, SP. Acompanha a vacinação das vaquinhas, confere se a plantação está a salvo das saúvas e, ao lado de seu irmão Matheus, houve atento seu pai, Paulo, e seu avô, José, explicarem como se deve cuidar da lavoura.

Matheus tem 15 anos e seu sonho é ser engenheiro agrônomo. Tem todo o apoio de sua mãe Suzan, que observa ser preciso ter ensino para poder produzir mais e melhor. O avô concorda e salienta que é fundamental aumentar a renda do agricultor para que se mantenha no campo. Para isso, é preciso ter maior produtividade, e sem conhecimento e tecnologia não é possível.

Os Garcez valorizam o velho trator de propriedade da família. “Ele ajuda muito”. Mas já pensou como seria se tivessem um trator de última geração, com computador de bordo e tecnologia de precisão? Ahhh, isso é luxo demais!
Não é não. Hoje, para se manter na atividade é preciso unir: tradição de ser agricultor, conhecimento do campo, prática do dia a dia, tecnologias de ponta, conhecimento acadêmico e novas oportunidades de mercado.

Para Luiz Carlos Corrêa Carvalho, também conhecido como Caio, presidente da ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio), o fornecedor de cana é o elo mais fraco da cadeia e é quem sofre mais com a crise. Para Caio, de fato os produtores têm no DNA a excelência da produção canavieira. Ele lembra que os resultados dos fornecedores de cana sempre foram melhores do que os da usina. “Pelo capricho, pelo dia a dia, pela dimensão da operação que realizam. Normalmente têm resultado médio melhor que das usinas.” Mas, na opinião dele, até mesmo fornecedores de cana tradicionais, que estão há décadas no setor, tiveram dificuldade de manter um padrão de excelência na produção de cana por conta da crise.

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