Dos pellets à argamassa leve, do etanol 2G ao papel e celulose: evento foca nos novos negócios a partir da biomassa da cana
10-08-2016

Na abertura do 2º Seminário sobre Biomassa da Cana-de-açúcar & Cia, Dib Nunes, diretor do Grupo IDEA, enfatiza que a biomassa é uma nova área de negócios que surge com pesados investimentos em plantas e pesquisas, com milhões e milhões de gastos todos os anos.
Este tema ganhou maior destaque em 2016, com a Conferência COP-21, em Paris, que aprofundou o debate mundial sobre o aquecimento global. “Cada vez mais batemos o recorde de temperatura mais alta”, diz o pesquisador Jaime Finguerut, do Centro de Tecnologia Canavieira. “Nunca tivemos teores de CO2 na atmosfera tão altos”, diz.
É um grande alerta, mas que também traz muitas oportunidades. Segundo Dib, grandes empresas multinacionais criaram departamento especializado para desenvolver e aproveitar não só a biomassa vegetal, mas também resíduos de toda natureza.
O setor sucroenergético brasileiro não pode perder essa oportunidade. Um segmento que esmaga anualmente cerca de 650 milhões de t, deixando no campo mais de 15% desse volume em pontas, palhas e pedaço de colmos. “Na indústria também se produz aproximadamente 160 milhões de t de bagaço, sendo que deste total se aproveita 17,5% para cogerar e fornecer ao mercado.”
A cana já responde por quase 17% dessa matriz energética brasileira (etanol e bioeletricidade). Esta última teve aumento significativo nos últimos anos, sendo que representa 8,8% da matriz elétrica nacional. Um patamar significativo. “Mesmo com a queda no consumo da energia elétrica, o setor canavieiro continua crescendo e temos ainda enorme espaço para elevar a bioeletricidade se considerarmos que 17,3% da energia elétrica ainda é gerada por fontes fósseis.”
Produto já consolidado para a agroindústria da cana-de-açúcar, a bioeletricidade será abordada em várias palestras ao longo do dia de hoje no 2º Seminário de Biomassa da Cana & Cia. Além disso, o potencial para negócios de vários outros produtos oriundos da biomassa da cana será enfocado, como a produção de pellets e briquetes, óleos, argamassa leve, etanol 2G, papel e celulose.

“Esperamos que a segunda edição do seminário não apenas traga novos negócios a partir da biomassa da cana, como também seja um marco e o início de um grande ciclo para esta agroindústria, uma vez que o mundo inteiro tem o desafio de desenvolver produtos ecologicamente sustentáveis que substituam a energia fóssil.”
O 2º Seminário sobre Biomassa da Cana-de-açúcar & Cia, que começou na manhã de hoje no Centro de Convenções de Ribeirão Preto, reúne quase 200 pessoas de diversos segmentos. O evento conta ainda com a presença de uma usina da Argentina, Ledesma, que produz papel e celulose a partir da biomassa da cana-de-açúcar.
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